O desafio de tornar o Ribeirão Quilombo como alternativa hídrica a partir de 2035

Tema foi discutido em reunião do Consórcio PCJ na manhã dessa quinta-feira (23), em Nova Odessa

O Consórcio PCJ apresentou na manhã dessa quinta-feira, dia 23, o diagnóstico consolidado da situação do Ribeirão Quilombo e o plano de ação para tornar as suas águas com qualidade para abastecimento em 2035 e, assim, transformá-lo numa alternativa hídrica para momentos de escassez hídrica e eventos extremos para os municípios que formam a Bacia Hidrográfica do Quilombo.

Na reunião foi destacado o tamanho do desafio. O Ribeirão Quilombo possui apenas 54,7 km de extensão e vazões médias de 5,5 m³/s, o que dificulta seu poder de autodepuração, ou seja, de limpar suas águas durante o trajeto do corpo d’água. Para melhorar a água do ribeirão serão necessários investimentos no tratamento de esgoto, com tratamentos terciários, inclusive, a construção de reservatórios de contenção de picos de chuvas, o que aumentará a vazão de diluição do curso d’água, e o reflorestamento das matas ciliares e nascentes de córregos afluentes do Quilombo.

Durante a reunião do Grupo de Revitalização do Ribeirão Quilombo, organizado pelo Consórcio PCJ, o presidente da entidade e prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza, destacou a importância dos municípios se unirem e colocar como meta em suas administrações a despoluição do ribeirão. “É necessário que nesse momento, cada prefeito das cidades por onde o Quilombo passa coloque como meta de suas administrações devolver a vida ao ribeirão e aos rios da nossa região para deixarmos como legado para as futuras gerações”, disse.

Bill ainda completou que é necessário buscar investimentos dos Governos Federal e Estadual para essa iniciativa. O Presidente do Consórcio PCJ, inclusive, solicitou apoio técnico e financeiro junto ao secretário de saneamento e recursos hídricos de São Paulo, Ricardo Borsari, durante reunião da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico, realizada no dia 13 de agosto, em Paulínia. “Existem recursos, até a fundo perdido que podemos solicitar, precisamos é ter bons projetos e correr atrás. Vamos salvar o nosso Quilombo”, comentou.

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, destacou os desafios que envolvem a ação de despoluição e revitalização do Ribeirão, mas se mostrou confiante nos resultados do planejamento que o diagnóstico consolidado apresenta. “Se conseguirmos despoluir o Quilombo, seremos capazes de despoluir qualquer bacia hidrográfica”, atentou Lahóz.

Na reunião, Consórcio PCJ e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), iniciaram o entendimento para uma parceria de apoio técnico e operacional para ações de despoluição do Ribeirão Quilombo. “É importante a gente destacar que o Quilombo não é um rio de classe 4, ele está em classe 4. Nós precisamos resgatá-lo de novo para sua classe de origem, que é a 3. Todo mundo sabe da importância da água e desse ribeirão, mas vira as costas para ele. Por isso, a iniciativa do Consórcio PCJ em revitalizá-lo é louvável”, disse o gerente da CETESB – Agência de Americana, José Ferreira Assis.

De posse do diagnóstico, o Consórcio PCJ e parceiros iniciarão agora o plano de ação para que as obras e iniciativas para a recuperação do Quilombo sejam iniciadas, com o objetivo de mudar sua classe de 4 para 3 até 2035 e, se possível, que essa meta seja adiantada, pois, na reunião dessa quinta-feira, a ideia de o Quilombo ser uma alternativa hídrica para os 6 municipios que fazem parte da sua Bacia Hidrográfica é uma ação de planejamento futuro frente à ocorrência de eventos extremos, já que se as suas águas fossem de classe 3 poderiam abastecer 700 mil habitantes, aproximadamente.

Sobre o Ribeirão Quilombo e o projeto de recuperação

O Ribeirão Quilombo possui extensão aproximada de 54,7 km desde a sua nascente, na cidade de Campinas, até a sua foz no Rio Piracicaba, no município de Americana. Sua bacia hidrográfica possui extensão de 396 km² é caracterizada por ocupação majoritariamente urbana e com índice de chuva variando entre 1.200 e 1.800 mm. O curso d’água cruza ainda os municípios de Sumaré, Nova Odessa e parte das divisas territoriais de Paulínia e Hortolândia.

Levantamento preliminar do Consórcio PCJ verificou que para a recuperação de matas ciliares do ribeirão Quilombo e seus principais afluentes será necessário o plantio de 585 mil mudas nativas, com aportes financeiros de R$ 11,7 milhões. Já para ações de construção dos 11 reservatórios de macrodrenagem e contenção de cheias o aporte é bem maior, sendo necessários R$ 184 milhões. No total, estima-se que serão necessários R$ 196 milhões com os dois projetos. Nesses investimentos ainda não estão contabilizados os gastos com tratamento de esgoto.

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