A primeira usina de compostagem de lodo de esgoto da RMC (Região Metropolitana de Campinas) foi inaugurada nesta quarta-feira, dia 7 de agosto, pela Prefeitura de Nova Odessa e pela Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa). O projeto de construção da unidade foi deliberado pelos Comitês PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e financiado pela Agência das Bacias PCJ, com R$ 1.652.744,55 arrecadados com a Cobrança PCJ Federal (cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União). A usina opera em fase de testes desde 1º de julho e vai transformar os resíduos gerados durante o processo de tratamento de efluentes em fertilizante orgânico para uso em praças, parques, jardins e áreas de reflorestamento.
Participaram da inauguração, representando o Consórcio PCJ, a gerente técnica, Andréa Borges, e os coordenadores de projetos, José Cezar Saad e Guilherme Valarini.
“É um grande privilégio poder entregar essa obra, um projeto arrojado e inovador na região, que vai tornar nossa Estação de Tratamento de Esgoto 100% sustentável. Hoje, coletamos o esgoto da cidade, tratamos e o devolvemos para o Ribeirão Quilombo em forma de água limpa. Agora, com a usina, também vamos transformar o lodo em adubo e ainda deixar de gastar R$ 50 mil mensais com a destinação desse resíduo”, comentou durante a inauguração o prefeito de Nova Odessa e Presidente do Consórcio PCJ, Benjamim Bill Vieira de Souza.
O pioneirismo da iniciativa também foi enaltecido pelo diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera. “Trata-se de um empreendimento inovador. O que era um custo muito alto para disposição em aterro, agora passa a gerar receita para o município. Parabéns à Coden e ao município de Nova Odessa”, comentou.
O projeto foi contratado em junho de 2017, após processo seletivo realizado pela Agência das Bacias PCJ. Além do investimento de cerca de R$ 1,6 milhão da Cobrança PCJ Federal, houve ainda a contrapartida de R$ 234.165,54 da Coden. A usina de compostagem funciona num barracão de 1.250 metros quadrados, construído na área da ETE Quilombo, estação responsável pelo tratamento de todo esgoto coletado no município. Na ETE, são tratados, em média, 130 litros de efluentes por segundo e gerados aproximadamente nove toneladas de lodo por dia.
Na entrega da obra, os participantes puderam conhecer o sistema de processamento de lodo e tiveram contato com o primeiro lote de adubo orgânico produzido no município. A compostagem consiste na mistura do lodo de esgoto com restos de podas de árvores e substâncias químicas, como óxido de cálcio e calcário. A licença para operação da usina foi emitida no final de junho pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
O diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro, destacou que a usina aumenta a participação do município na preservação do meio ambiente e abre a possibilidade para a criação de um novo produto. “É uma atividade nova para a Coden. Atualmente, o lodo é disposto em aterro sanitário. Agora a gente vai começar a operar esta usina misturando um terço de lodo e dois terços de poda da cidade, que também é um insumo gerado que hoje não tem uma destinação apropriada. Vamos absorver e gerar um composto orgânico”, explicou.
Ricardo Ongaro também ressaltou a importância do financiamento obtido junto à Agência das Bacias PCJ e Comitês PCJ. “Isso que nos deu capacidade financeira para colocar esse projeto em pé. Mais uma vez a cobrança pelo uso da água nos ajudando e inovando em tudo”, declarou.
Segundo ele, após o término da fase experimental, a intenção é comercializar o adubo orgânico (fertilizante orgânico composto classe “D”) para o uso agrícola, criando uma nova fonte de receita para o município. Para isso, a companhia vai buscar a certificação orgânica no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Texto: Assessoria de Comunicação Agência de Bacias PCJ e Assessoria de Comunicação da Coden.