Metas progressivas pretendem reduzir as perdas hídricas nos serviços de abastecimento de todo o Brasil

Encontro Técnico do Consórcio PCJ debateu cenário atual e como o setor deverá se adaptar ao novo marco legal do saneamento

As perdas hídricas se configuram como um grande desafio para o saneamento em todo o Brasil. Nas Bacias PCJ esse índice está em 37% de média, mas em âmbito nacional esses valores passam de 50% em muitas localidades. Em períodos de escassez, esse tema ainda é mais impactante, pois, se configura como uma reserva estratégica de água que está sendo desperdiçada. Pensando nisso, o Consórcio PCJ promoveu na última quinta-feira, dia 26 de agosto, o Encontro Técnico tendo o tema “Impactos da Estiagem e do Novo Marco Legal do Saneamento na Gestão de Perdas”, com a participação dos palestrantes: o coordenador de regulação da ARES-PCJ, Daniel Manzi, o gerente do Departamento de Planejamento Integrado da Região Metropolitana de São Paulo pela Sabesp, Meunim Rodrigues Oliveira Júnior, e do superintendente de Regulação de Serviços da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), Alexandre Araújo Godeiro Carlos.

Na ocasião, o superintendente da ANA destacou que após a nova legislação transferir à agência a regulação do Saneamento, a ANA editou a resolução 164 com uma agenda regulatória que prevê normas e indicadores nas áreas de água e saneamento. A partir dessa resolução, normas estão sendo elaboradas no que tange qualidade e eficiência dos serviços. “Nós teremos normas de indicadores, posteriormente de metas progressivas, outra de condições gerais e, na sequência, a ideia é fazer a de redução progressiva de perdas e controle, que na agenda atual pela resolução 164, está prevista para ocorrer ao final de 2022”, relatou Alexandre Araújo.

Na visão de Araújo, o momento é propício para o debate de perdas, já que estamos enfrentando um processo de escassez hídrica e o tema perdas configura-se como um incremento da disponibilidade hídrica. Além disso, ele destacou o tamanho do desafio de reduzir esses indicadores, uma vez que no Brasil, existem dados muito díspares: regiões com 80% de perdas e outras abaixo de 15%.

O coordenador de regulação da ARES-PCJ atentou que estudos atentam para a possibilidade de redução de até 1% ao ano nas perdas dos serviços de abastecimento, mas é preciso um forte engajamento dos serviços de água com as metas de redução de perdas. “Principalmente, no que tange a relação planejamento e execução. No Brasil se planeja muito, mas se executa pouco”, atentou Manzi.

O gerente da Sabesp abordou sobre as ações que a empresa vem tomando para reduzir as perdas hídricas na Região Metropolitana de São Paulo, sendo que nos últimos 15 anos a região viu uma queda de 50% nesse índice, principalmente após a crise hídrica de 2014/2015, que contribuíram, ao lado de outras medidas estruturais e não estruturais, para a ampliação da oferta hídrica local. “É muito importante o controle de vazamentos, melhoria de condição de infraestrutura e Agilidade e qualidade dos reparos”, destacou Oliveira Jr.

Como exemplo de ação concreta no combate às perdas hídricas e com reflexos na sensibilização da comunidade, o gerente da Sabesp citou o projeto Água Legal, que regularizou 150 mil ligações, gerando uma economia de 1,5 milhão de m³ de água.

O encontro técnico foi aberto pelo presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Limeira (SP), Mário Botion, que atentou “que o evento é uma ferramenta para debater os impactos da estiagem nos municípios e os reflexos do novo marco legal de saneamento no combate às perdas hídricas”.

O secretário executivo da entidade, Francisco Lahóz, alertou sobre a criticidade do momento, devido aos eventos extremos e escassez hídrica, dizendo “que cada gota de água tem um valor especial e precisamos preservar cada uma delas”.

Lahóz ainda conclamou a participação da sociedade a apoiar no combate às perdas visíveis. “É importante a observação de vazamentos nas nossas casas, ruas, registros e, também, em órgãos públicos, para auxiliar na oferta hídrica”, alertou.

O mediador do evento, o engenheiro e coordenador do Programa de Saneamento e Resíduos do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, alertou pela ausência de encontros regulares na área, tanto na região como no país, e que o “Grupo de Combate a Perdas da entidade existe desde 1998 e agora está retomando os encontros técnicos periódicos. Também, está disponível no e-mail: agua@aqgua.org para sugestões e medidas de boas práticas para o setor”.

O evento foi transmitido pelo Facebook e pelo YouTube do Consórcio PCJ, disponível para ser assistido a qualquer momento:

Compartilhe essa matéria via:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Newsletter

Assine a Newsletter do Consórcio PCJ e seja o primeiro a saber sobre projetos, ações de conservação e eventos importantes que acontecerão no ano. Além de notícias em primeira mão sobre todo o universo da água.

Outras matérias

13 de maio de 2025

Reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em João Pessoa (PB), na última semana, também aprovou moção de alerta sobre impactos do corte financeiro no…

12 de maio de 2025

No mês de abril, concessionária realizou várias ações com alunos do município A BRK, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em Limeira, realizou…

9 de maio de 2025

Evento aconteceu em Brasília durante os dias 6 a 9 de maio Aconteceu nesta semana, entre os dias 6 a 9 de maio, a 5ª…

Pular para o conteúdo