Consórcio PCJ atenta para a importância do Sistema Adutor Regional no enfrentamento de eventos extremos como em longos períodos de seca

Presidente da entidade, Mário Botion, destacou em entrevista à imprensa a necessidade dessa e de outras obras para assegurar a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ

A intensificação de eventos extremos, principalmente aqueles que alteram o comportamento das chuvas, vão exigir da comunidade medidas para o contingenciamento e melhor preparação para atravessar esses períodos. A construção das barragens de Amparo e Pedreira são um passo nesse sentido, mas, a construção do Sistema Adutor Regional (SAR-PCJ) será necessário para ampliar os municípios que terão acesso à essa reserva estratégia de água. Foi o que defendeu o Presidente do Consórcio PCJ, Mário Botion, em entrevista nessa tarde, dia 25, à rádio CBN Campinas.

Botion lembrou que a construção dos reservatórios é uma bandeira do Consórcio PCJ há mais de duas décadas devido à sua importância para a sustentabilidade hídrica da nossa bacia. Como as obras dessas barragens estão avançando, o debate agora se faz necessário em torno do Sistema Adutor e, por isso, a entidade iniciou, ao lado dos Comitês PCJ, o diálogo com o Governo do Estado de São Paulo para entender melhor o projeto e como os municípios serão impactados.

“O primeiro projeto elaborado não teve a colaboração dos municípios quanto ao traçado e sobre quem financiará a obra e sua consequente operação”, atentou Botion à rádio.

O Consórcio PCJ iniciou os debates sobre o SAR-PCJ em 29 de abril, durante Reunião do Conselho de Associados, quando o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) enviou técnicos para dar esclarecimentos sobre o projeto. Na ocasião, o Presidente Botion solicitou que os municípios participassem mais dos debates para assegurar que todos sejam atendidos pela maior oferta de água que os reservatórios propiciarão, por meio do Sistema Adutor, o que culminou com a realização do encontro virtual na última segunda-feira, dia 23, com representantes da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) para debater o estágio atual do projeto e sua futura implantação.

“É uma obra que exigirá valores altos para a sua realização, por isso é importante que os municípios das Bacias PCJ sejam ouvidos e o Consórcio e o Comitê de bacias estão juntos promovendo esse debate”, relatou Botion na entrevista.

O Presidente do Consórcio PCJ destacou ainda que há uma grande chance do fenômeno meteorológico “La Niña” acontecer pelo segundo ano consecutivo, o que impactará as precipitações de chuva no Sul e Sudeste Brasileiro. “É um fenômeno raro, só aconteceu em três ocasiões anteriores, nas temporadas 2008/2009, 2011/2012 e 2017/18, e deve se repetir agora em 2021/2022, o que vai diminuir o volume de chuva na nossa região, é necessário os municípios estarem preparados, o que demonstra mais ainda a necessidade das barragens e do SAR”, disse.

Os próximos passos em relação ao SAR-PCJ será o agendamento de nova reunião, com a possibilidade de ser semipresencial, para debater detalhes técnicos, financeiros e de possíveis traçados com os municípios das Bacias PCJ, que deverá ocorrer na cidade de Campinas, a pedido do prefeito Dário Saad. “Com a construção dos reservatórios de Amparo e Pedreira, a implantação do SAR torna-se praticamente inerente”, comentou.

 

O Consórcio PCJ e os Comitês PCJ estão mobilizando os municípios da região a se inteirar sobre o tema e sua importância para a sustentabilidade hídrica regional. “Muitos prefeitos estão chegando agora e desconhecem detalhes sobre o sistema e seus impactos”, alertou o Presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba (SP), Luciano Almeida, durante a reunião da última segunda-feira, dia 23.

Sobre o SAR-PCJ

O Sistema Adutor Regional das Bacias PCJ (SAR-PCJ) é um empreendimento de segurança hídrica associado às barragens Duas Pontes, em Amparo, e Pedreira, que irá distribuir a água desses barramentos para cidades além das calhas dos rios diretamente afetados por eles, ampliando o número de cidades atendidas.

O estudo anterior do SAR-PCJ indicava que 27 municípios seriam atendidos pela obra, a saber: Americana; Artur Nogueira; Atibaia; Bom Jesus dos Perdões; Campinas; Campo Limpo Paulista; Cosmópolis; Holambra; Hortolândia; Indaiatuba; Itatiba; Itupeva Jaguariúna; Jarinu; Jundiaí; Limeira; Louveira; Monte Mor; Nova Odessa; Paulínia; Pedreira; Salto; Santa Bárbara d’Oeste; Sumaré; Valinhos; Várzea Paulista e Vinhedo.

Essa alternativa trabalhava com a proposta de distribuição com dois traçados de adutoras: o Tramo Oeste e Tramo Leste, que somam vazões captadas de até 2,3m³/s, total de 5 elevatórias e 88,8 km de adutoras a um custo total de aproximadamente de R$ 391 milhões para a sua implantação.

Já o custo de operação, a valores correntes, para o período de 2020 a 2045, é de R$ 316,30 milhões, e o custo de manutenção, no mesmo período é de R$ 141,26 milhões, para o SAR-PCJ como um todo (Tramo Leste e Tramo Oeste). Porém, como informado na reunião do dia 23, esse estudo será refeito.

Sobre as Barragens de Amparo e Pedreira

A construção das duas barragens faz parte do planejamento estratégico para a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ desde 1992, quando DAEE e Consórcio PCJ previram a sua necessidade em estudo intitulado “Plano Diretor de Captação e Produção de Água para Abastecimento Público nas Bacias dos Rios Piracicaba e Capivari”. Desde então a região vem lutando para viabilizá-los. Nos anos 2000, o Consórcio PCJ/Agência PCJ realizaram os estudos básicos de viabilidade das barragens, que foram entregues ao governador de São Paulo à época, Geraldo Alckmin, em 2016. A licitação das obras foi concluída em 2018 com a indicação das construtoras vencedoras e no ano seguinte teve início a construção do Reservatório de Pedreira. Em 2020 foi concedido a licença para início das obras do reservatório de Amparo, a previsão é que todo o sistema fique concluído em 30 meses.

Os dois Barramentos deverão prover vazões regularizadas de 8,72 m³/s e 8,46 m³/s, respectivamente (com 98% de garantia), aumentando as vazões firmes disponíveis nos rios Camanducaia e Jaguari em cerca de 9 m³/s para jusante.

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