Objetivo é conservar 2.071 hectares de reserva biológica na Serra do Japi e sensibilizar a comunidade local sobre a relação entre floresta e água.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) e a Associação dos Amigos dos Bairros de Santa Clara, Vargem Grande, Caguassu e Paiol Velho (Associação Amigos do Japi), com o patrocínio da Coca-Cola Foundation, iniciaram em novembro a primeira etapa de execução do Projeto “Olhos da Serra”, com o objetivo de conservar 2.071 hectares da Reserva Biológica (Rebio) da Serra do Japi. A região, localizada no município de Jundiaí (SP), é um importante remanescente florestal de Mata Atlântica do Estado de São Paulo, caracterizado principalmente pela riqueza hídrica e biodiversidade de flora e fauna.
Também participam do projeto a Coca-Cola Brasil, a Coca-Cola Femsa Brasil, a Global Environment & Technology Foundation (GETF), a Fundação Serra do Japi, a DAE Jundiaí e a Prefeitura de Jundiaí (SP). A iniciativa ainda tem como objetivos específicos aprimorar o monitoramento da Rebio e educomunicar a população sobre a importância de manter a Serra do Japi preservada. Atualmente, o uso indevido do território é a principal ameaça à Rebio, o maior fragmento florestal de mata atlântica das Bacias PCJ, que está localizado próximo à zona urbana de Jundiaí e à Rodovia dos Bandeirantes.
Apesar de ser uma Unidade de Proteção Integral, existem diversas trilhas utilizadas para visitação que extrapolam os limites de intensidade de uso. Nota-se, também, uma tendência de aproximação da silvicultura à Rebio, que tem acarretado diversos problemas relacionados ao uso inadequado do solo, inclusive, a maior incidência de incêndios florestais.
Considerando que a região das Bacias PCJ, onde está localizada a Rebio, possui uma disponibilidade hídrica abaixo de 1.000 m3 por habitante/ano, o que a caracteriza como uma região de estresse hídrico, a conservação de áreas com tamanha riqueza hídrica e biodiversidade é imprescindível para a garantia de água, tendo em vista os impactos das mudanças climáticas. A DAE Jundiaí, empresa responsável pelos serviços de saneamento da cidade, considera a Serra do Japi indispensável para o futuro da disponibilidade hídrica local e de regiões ao redor da área, com impactos até para outros municípios.
Planejamento
Prevista para concluir em novembro de 2022, a ação será realizada em três frentes:
Levantamento das vulnerabilidades – pesquisa com atores locais sobre o estado de conservação das nascentes, e os locais com maior incidência de incêndios e de invasões. Os dados e indicadores levantados deverão ser tratados, e devidamente armazenados e compartilhados com os stakeholders (será avaliada a criação de um aplicativo da Associação).
Monitoramento – instalação de câmeras (aéreas e terrestres) para o mapeamento dos incêndios florestais e uso inadequado do território, e formação de líderes comunitários para apoiarem as ações de fiscalização no entorno e no interior (trilhas) da Rebio, realizando atividades de educomunicação para minimizar os impactos antrópicos.
Educomunicação – Produção de materiais educomunicativos (placas de sinalização e materiais digitais), fortalecimento das redes sociais e realização de encontros formativos. As ações de educomunicação nas trilhas da Rebio ocorrerão preferencialmente aos finais de semana, quando o número de invasores aumenta devido às práticas esportivas e de lazer. Será dada preferência à formação de líderes comunitários e de jovens estudantes, valorizando assim a atuação local em defesa do bem comum.
Além disso, também será realizada uma articulação institucional, para a construção de um canal de comunicação direto com os órgãos públicos competentes, com a troca de informações sobre o mapeamento e monitoramento das ações na Serra do Japi, tendo como objetivo auxiliar na fiscalização e na resolução dos problemas reportados.
Foto de Capa: Rodrigo Palladino
