O estado é de atenção. O volume de chuvas nas cabeceiras das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), no sul do Estado de Minas Gerais, está abaixo da média e não está possibilitando a recarga dos reservatórios do Sistema Cantareira. O Consórcio PCJ esteve no último dia oito de janeiro no município de Camanducaia (MG), em local próximo à nascente do Rio Jaguari e constatou baixas vazões nos rios daquela região.
Na estação de tratamento de água da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), em Camanducaia, onde há um medidor de precipitações, no mês de janeiro ainda não choveu em um só dia mais que 18 milímetros quando o esperado são precipitações médias acima de 30 milímetros, disse à equipe do Consórcio PCJ, o operador da estação, Valdir Salviano.
Adalberto Hilário de Almeida, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), também confirma a pouca ocorrência de chuvas e o nível baixo dos rios daquela região. “No mês de janeiro é comum chover quase todo dia ou até uma semana seguida, no entanto, nesse ano está chovendo bem menos, a cada três dias”, relatou.
A equipe do Consórcio PCJ constatou no Rio Jaguari, que tem sua nascente na divisa entre os municípios de Camanducaia e Sapucaí-Mirim, está com vazões abaixo para essa época do ano. Em alguns trechos é possível ver o fundo do Rio (confira fotos abaixo).
Situação similar foi encontrada no Rio Camanducaia que corta a cidade. Mesmo com as vazões baixas de seu principal manancial, o município ainda não enfrenta problemas com o abastecimento, segundo a Copasa.
O Rio Jaguari é um dos principais afluentes do reservatório Jaguari-Jacareí do Sistema Cantareira, o maior das cinco represas construídas, que hoje está operando em 22,47% da sua capacidade. O Sistema Cantareira como um todo está em 25,76%, o menor volume dos últimos 10 anos, em plena época de chuvas.
O nível do Sistema causa preocupação o que levou alguns municípios emitirem alerta para que a população economize água, como foi o caso de Jundiaí (SP). Paulo Massato, diretor metropolitano da Sabesp, em entrevista ao Jornal Bom Dia São Paulo da Tv Globo, na edição de ontem (08), também solicitou à população da Grande São Paulo que economize água para poupar o Cantareira.
O Consórcio PCJ, em 19 de dezembro, já havia emitido um alerta a todos os municípios das Bacias PCJ solicitando aos serviços de água que iniciassem um plano de conscientização da população sobre o atual nível dos reservatórios e do volume de chuvas abaixo da média e a necessidade de início imediato de ações para economizar água.
Segundo estudo da equipe técnica do Consórcio PCJ, caso as chuvas não se intensifiquem nos próximos meses é provável que o Sistema Cantareira enfrente estresse hídrico já no mês de março de 2014 e as vazões enviadas, tanto para as bacias PCJ como para a Grande São Paulo, sejam comprometidas para se assegurar a capacidade de armazenamento do Sistema para o período de estiagem.
A expectativa é que as chuvas ocorram ainda. Nos estudos elaborados pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), por meio do convênio com o Consórcio PCJ que estuda alternativas para a disponibilidade hídrica nas Bacias PCJ, quanto a ocorrências climáticas foram constatadas alterações nos períodos chuvosos e de seca. Ou seja, a estiagem está se prolongando além dos períodos normais e os períodos chuvosos também. Isso provoca determinada insegurança, no entanto, acende a esperança que possam ocorrer chuvas além do mês de março de 2014.
Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ
