30/06/2011
A redução do consumo de água nas Usinas de cana de açúcar das bacias PCJ e a certificação BONSUCRO ditaram o tom das discussões do “1º Encontro Técnico das Usinas de Açúcar e Álcool das Bacias PCJ”, promovido pelo Consórcio PCJ por meio de seu Programa Grupo Especial das Empresas, realizado nessa quarta-feira (29), no Centro da Tecnologia Canavieira, em Piracicaba (SP).
Segundo o representante do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), André Elias Neto, as usinas possuem um consumo médio de água na ordem dos 22m3/tonelada de cana, dos quais apenas 1m3/tonelada é captado de cursos d’água, sendo que algumas usinas conseguem captar até menos, na casa dos 0,7m3/tonelada de cana. “A cobrança pelo uso da água, implantada nas bacias PCJ, de certa forma viabilizou a tendência de captação menor de água. A meta é chegar a 2020 com uma captação em torno de 0,5m3”, afirmou Neto.
Segundo o representante do CTC, a indústria canavieira possui um índice de reuso de água em sua produção de 91%. “No passado captávamos 15m3/tonelada e hoje estamos na média de 1m3, sem nenhum lançamento de efluente nos rios”, disse.
O outro palestrante do encontro, representando o Centro CANAGRO, José Rodolfo Penatti, completou dizendo que a indústria canavieira não é grande consumidor de água. “É necessário fazer um trabalho maior de combate às perdas hídricas nas cidades”, comentou ele.
Já a Consultora da WF Ambiental, Fabiane Ferraz, apresentou a certificação BONSUCRO, a primeira voltada integralmente para o setor sucroalcooleiro. O BONSUCRO tem como objetivo o cumprimento de práticas econômicas, sociais e ambientais na cadeia produtiva de cana de açúcar, etanol e energia.
“A ideia não é estabelecer regras, mas sim metas, pois as realidades sociais e ambientais de cada país são diferentes”, comentou Fabiane ao lembrar que o BONSUCRO é um certificado internacional.
Segundo ela, a certificação é baseada em cinco princípios, elencados da seguinte maneira: Cumprir a legislação vigente; Respeitar os direitos humanos e de trabalho; gerenciar as eficiências dos insumos de produção e do processamento para aumentar a sustentabilidade; gerenciamento ativo da biodiversidade e serviços do ecossistema; e melhoria constante das áreas chaves do negócio.
Fabiane ressaltou que alguns parâmetros devem ser atendidos 100% porque são considerados pontos chaves e o seu não cumprimento já desqualifica o empreendimento postulante à certificação. É o caso dos itens: cumprimento da legislação nacional, dos protocolos internacionais de trabalho, da elaboração de um plano de avaliação de impacto ambiental e o estabelecimento de um mecanismo de consulta e avaliação de ecossistemas.
“Como dica eu digo que é importante aos empreendimentos que queiram essa certificação conhecerem o padrão BONSUCRO, possuir uma equipe gestão qualificada, para assim analisar as lacunas e elaborar um plano de ação com definição de prioridades. É importante também ter em mente que é necessário um investimento financeiro para as adequações que forem apontadas”, disse a consultora da WF Ambiental.
O “1º Encontro Técnico das Usinas de Açúcar e Álcool das Bacias PCJ”, promovido pelo Consórcio PCJ, tem como objetivo alinhar a expansão e fortalecimento das usinas com o aperfeiçoamento de práticas sustentáveis que tragam benefícios para o setor, a sociedade e o meio ambiente.
“São iniciativas como essa, de troca de experiências e contato com novas tecnologias que faz com que o setor canavieiro das bacias PCJ seja pioneiro na ampliação da produção sucroalcooleira atrelado ao desenvolvimento sustentável”, atentou a Coordenadora do Grupo das Empresas. Ligia Cepeda.
As bacias PCJ possuem 10 usinas de cana de açúcar, sendo que destas, cinco são associadas ao Consórcio PCJ. Da área produtiva no estado de São Paulo, 22,1% é utilizado para a cana. A região sudeste representa 68,9% da produção da commoditie.
Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ