Sistema Cantareira completa 15 dias com vazões de retirada de água maiores do que volume que entra nos reservatórios

A intensificação do período de estiagem começa a refletir no comportamento dos rios e, consequentemente, na operação do Sistema Cantareira. Os reservatórios que represam as cabeceiras das Bacias PCJ, operam nessa sexta-feira (22) a 47,40%, já descontado o volume morto, porém, as vazões de retirada estão acima do volume de água que chega aos reservatórios e isso tem ocorrido há 15 dias. Hoje, estão entrando no Sistema 14,28 m³/s, enquanto a vazão de retirada está em 18,45 m³/s, deste valor, apenas 0,40 m³/s estão vindo para as Bacias PCJ, no interior do Estado, o restante está sendo enviado para a capital.
Esse comportamento tende a se intensificar nos próximos dias, diante do avanço para a época mais crítica da estiagem. Não há perspectivas de grandes volumes de chuvas até o final de agosto, segundo estimativas do Consórcio PCJ.

A cada ano a ocorrência de eventos hidrológicos extremos torna-se mais evidente. Em 2016, por exemplo, após chuvas acima de 300% da média histórica entre os meses de maio e junho, atualmente, no mês de julho choveu entre 12 e 15% do esperado apenas, o que explica a queda nas vazões dos mananciais. O Rio Piracicaba, que apresentou vazão acima de 700 m³/s em junho, atualmente, contabiliza 63,92 m³/s, uma vazão 10 vezes menor.

As Mudanças Climáticas e os Eventos Extremos

Os impactos da ocorrência de eventos hidrológicos extremos gerados pelas mudanças climáticas à gestão de recursos hídricos têm despertado constante atenção de organismos internacionais. A Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB) realizou em junho a 10ª Assembleia Geral da rede, em Mérida, no México, onde foi divulgado documento sobre os riscos à segurança hídrica devido às mudanças climáticas.

A Organização das Nações Unidas (ONU), criou no início de 2016, o Painel de Alto Nível sobre a Água para mobilizar ações urgentes para se atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, especialmente o de número 6 que atenta para água e saneamento, além dos impactos das mudanças climáticas.

A crise hídrica que afetou o Sudeste brasileiro entre os anos de 2014 e 2015, é considerada a mais grave estiagem dos últimos 90 anos. A busca por experiências internacionais de gestão de eventos extremos tornou-se essencial. O próprio Consórcio PCJ buscou parcerias com os Consulados israelenses e dos Estados Unidos, o que rendeu rodadas de negócios com empresas estrangeiras da área e até a realização de comitiva a Israel para conhecer as práticas de gestão daquele país, bem como a participação na WATEC, considerada uma das maiores feiras de tecnologias de recursos hídricos do mundo.

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