Em reunião realizada na última quarta-feira, dia 30 de outubro, os membros do Conselho Fiscal do Consórcio PCJ alertaram sobre a situação crítica das chuvas e vazões nos rios das Bacias PCJ. O encontro ocorreu na sede da entidade em Americana (SP) e foi presidido pela mesa diretora composta pelo Presidente do Conselho Fiscal, Júlio Lopes, o Julinho, vereador do município de Rio Claro (SP), e por Alex Sandro Domingues Santos e William Ricardo Mantz, vereadores das cidades de Rafard e Iracemápolis, respectivamente.
Presente durante a reunião, o coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, José Cézar Saad, explicou que o Sistema Cantareira, considerado como uma caixa d’água dos municípios situados na Bacia do Rio Piracicaba, tem atualmente uma reserva considerável de água, uma vez que se encontra com um armazenamento de 41,5% do seu volume útil. O índice é maior até do que o registrado no ano passado, quando o reservatório tinha um armazenamento de 34,2%. Isso, segundo ele, se deve a transposição de água da bacia do rio Paraíba do Sul, que é feita do reservatório de Igaratá para o reservatório de Atibainha.
Entretanto, de acordo com Saad, o que preocupa em relação ao Sistema Cantareira é a vazão de afluência natural, ou seja, a quantidade de água que os rios formadores das represas do sistema levam ao reservatório. “O volume pluviométrico está muito abaixo da média. Além disso, as chuvas ocorrem de forma concentrada impossibilitando que a água infiltre no solo e recarregue o aquífero, responsável por manter a vazão do rio durante o período seco. E nesse momento os rios estão com vazões muito abaixo da média histórica”, comentou Saad.
Diante deste cenário, o coordenador de projetos da entidade ressaltou que está sendo feita uma análise comparativa de chuvas e vazões nos rios das Bacias PCJ dos anos de 2013, ano em que antecedeu a maior estiagem já registrada no Estado de São Paulo, e 2019. A avaliação tem a finalidade de identificar possíveis semelhanças pluviais e, consequentemente, tentar prever como será o período de estiagem do ano que vem, como forma de preparar os municípios para o caso de uma nova escassez.
Ainda no encontro, o Conselho Fiscal reforçou a importância dos municípios seguirem as 22 metas de sustentabilidade hídrica estabelecidas pelo Consórcio PCJ, que destacam ações necessárias para a garantia da segurança hídrica, uma vez que as médias de chuva estão abaixo da média histórica. Os vereadores também tiveram a oportunidade de conhecer o novo aplicativo da entidade, o “eÁgua”, ferramenta interativa que mede o consumo de água no banho, disponível na plataforma Android (Play Store) e, em breve, para IOS (Apple Store).
Ao término da reunião, o Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, recebeu a Moção de Aplausos aprovada pela Câmara de Vereadores do município de Rio Claro. O documento Nº194/2019 ressaltou os 30 anos de fundação da entidade e parabenizou o trabalho desenvolvido na gestão dos recursos hídricos e na recuperação dos mananciais da região. A Moção de Aplausos foi entregue pelas mãos do vereador Julinho Lopes, autor da proposta.
Sobre o Conselho Fiscal do Consórcio PCJ
O Conselho Fiscal é composto por representantes indicados pelas Câmaras de Vereadores dos municípios associados e tem a missão de auditar e fiscalizar as contas do Consórcio PCJ, antes de as mesmas serem apreciadas pelo Tribunal de Contas.
Além disso, nos últimos anos, o Conselho tem assumido forte papel de mobilização da sociedade em assuntos centrais na gestão de recursos hídricos, como: renovação da outorga do Sistema Cantareira, municipalização de licenciamentos para desassoreamentos de represas, rios e córregos, leis ambientais, educação ambiental, entre outros temas.