Plano de Segurança Hídrica de Campinas apresenta obras e propõe que município terá nova adutora no Rio Jaguari

Ação será possível com a ampliação da oferta de água no manancial com a construção das barragens de Amparo e Pedreira

 

A prefeitura de Campinas (SP), membro do Consórcio PCJ, apresentou na última terça-feira, dia 07, durante evento ao vivo pela internet, o Plano de Segurança Hídrica do município, com o objetivo de garantir a expansão econômica da cidade e o abastecimento da população no enfrentamento de uma crise hídrica. Os detalhes do documento foram expostos pelo prefeito municipal, Dário Saadi, e o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, que destacaram medidas para reduzir a dependência do abastecimento do Rio Atibaia, que hoje responde por 95% do abastecimento, além de reduzir as perdas operacionais e gerar maior eficiência.

Um dos pontos que chamou a atenção é o anúncio de que o município, em parceria com o governo do Estado de São Paulo, construirá uma nova adutora para captação de água no Rio Jaguari. Isso será possível com a conclusão das barragens de Amparo e Pedreira, que garantirá vazão adicional ao manancial que atenda à necessidade de Campinas e demais municípios da região. A obra consistirá na construção das adutoras e de uma estação de tratamento de água.

As outras ações que integram o plano são: a construção de 25 novos reservatórios, aumentando em 40% o volume reservado e passando de 12 horas para 20 horas a autonomia de abastecimento. A Sanasa também fará a substituição de 423 quilômetros de redes, reduzindo assim o índice de perdas na distribuição de 21,5% para 19,5%.

O Plano de Segurança Hídrica prevê ainda finalizar a implantação de novas subadutoras, beneficiando as regiões da PUC, Estância Paraíso, Monte Belo, Bananal e Gargantilha. Outra ação será substituir a água potável, no uso industrial, por água de reúso.

De acordo com o prefeito Dário Saadi, desde o início de sua gestão, a Sanasa vem traçando um plano com base em critérios técnicos e lastreado em consultas a órgãos estaduais, para aumentar a disponibilidade hídrica e diversificar suas fontes de abastecimento. “Campinas vem ganhando novos empreendimentos, temos observado um aumento da necessidade de água”, afirmou.

“A questão da segurança hídrica é fundamental não apenas no dia a dia, mas também para o crescimento de Campinas”, ressaltou o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Junior. “É a recuperação ambiental e as obras de saneamento juntas garantindo a disponibilidade hídrica e o desenvolvimento da nossa cidade. Quando se investe em saneamento, também estamos recuperando a água do rio”, complementou o Secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes.

As negociações do SAR-PCJ

Assim como Campinas, outros municípios podem fazer uso da água reservada dos reservatórios de Amparo e Pedreira, por meio da Construção do Sistema Adutor Regional (SAR-PCJ), um empreendimento de segurança hídrica associado às barragens de Duas Pontes, em Amparo, e de Pedreira, que irá distribuir a água desses barramentos para cidades além das calhas dos rios diretamente afetados por eles, ampliando o número de cidades atendidas.

O estudo preliminar do SAR-PCJ indicava que 27 municípios seriam beneficiados direta e indiretamente pela obra, a saber: Americana; Artur Nogueira; Atibaia; Bom Jesus dos Perdões; Campinas; Campo Limpo Paulista; Cosmópolis; Holambra; Hortolândia; Indaiatuba; Itatiba; Itupeva Jaguariúna; Jarinu; Jundiaí; Limeira; Louveira; Monte Mor; Nova Odessa; Paulínia; Pedreira; Salto; Santa Bárbara d’Oeste; Sumaré; Valinhos; Várzea Paulista e Vinhedo.

Porém, esses estudos datados de 2014 e revisados em 2017 e 2018 serão todos refeitos com a contratação do projeto básico do sistema, que deve ocorrer até o início de 2022, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE).

Está em curso articulações da Família PCJ (Comitês PCJ, Consórcio PCJ, ARES PCJ, Fundação Agência de Bacias PCJ e GAEMA PCJ) para discutir traçados e obter esclarecimentos acerca do SAR-PCJ aos municípios da região, por meio de reuniões com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e o DAEE, além de discutir o tema na Reunião Plenária do Consórcio PCJ e demais encontros regionais.

O Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Limeira (SP), Mário Botion, tem disponibilizado a Equipe da Secretaria Executiva da entidade, em sintonia com a “Família PCJ”, para promover a interlocução entre o DAEE/SIMA e usuários municipais que estão na região de abrangência do SAR-PCJ. Os resultados já estão aflorando com as negociações se intensificando e tomando corpo.

Segundo a gerente socioambiental da UGP BG-PCJ, Lígia de Oliveira, “esse plano da SANASA reforça a necessidade de implantação do Sistema Adutor Regional PCJ.  Estamos trabalhando com nossa equipe para levar adiante esses planos. É mais um grande desafio para o DAEE”.

Sobre as Barragens de Amparo e Pedreira

A construção das duas barragens faz parte do planejamento estratégico para a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ desde 1992, quando DAEE e Consórcio PCJ previram a sua necessidade no estudo “Plano Diretor de Captação e Produção de Água para Abastecimento Público Regional”. Desde então a região vem lutando para viabilizá-los. Nos anos 2000, a Família PCJ realizou os estudos básicos de viabilidade das barragens, que foram entregues ao Governo de São Paulo, em 2012. A licitação das obras foi concluída em 2018 com a indicação das construtoras vencedoras e no ano seguinte teve início a construção do Reservatório de Pedreira. Em 2020 foi concedido a licença para início das obras do reservatório de Amparo, a previsão é que todo o sistema fique concluído em 30 meses.

Os dois Barramentos deverão prover vazões regularizadas de 8,72 m³/s e 8,46 m³/s, respectivamente (com 98% de garantia), aumentando as vazões firmes disponíveis nos rios Camanducaia e Jaguari em cerca de 9 m³/s para jusante.

 

Apoio texto: Assessoria de imprensa da prefeitura de Campinas

Créditos da foto: Carlos Bassan

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