O Consórcio PCJ promoverá na próxima sexta-feira, dia 18 de maio, o evento “Talk-Show Sistema Cantareira: Um Mar de Desafios”, no auditório D. Gilberto na PUC-Campinas, a partir das 9h da manhã. Esse será o primeiro de uma sequência de encontros que pretende debater e esclarecer o funcionamento do sistema e os desafios que envolvem a renovação da outorga em 2014 e os reflexos para os 5 milhões de habitantes nas bacias PCJ e outros 9 milhões da Grande São Paulo.
Já estão confirmadas as presenças do Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Hortolândia (SP), Angelo Perugini, o prefeito de Campinas, Pedro Serafim, o presidente da Sanasa Campinas, Marco Antônio dos Santos, o Diretor Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, além de representantes do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, da Sabesp, dos Comitês PCJ, do Colegiado de Entidades da Campanha pela Água, Plenária de Entidades do Consórcio PCJ.
O evento pretende esclarecer a comunidade sobre o funcionamento do sistema de gestão do Cantareira convidando os diversos setores da sociedade civil a participar das discussões. “O engajamento de todos, ONGs, entidades, institutos, universidades, a comunidade e, principalmente, a imprensa é fundamental para construção de um novo acordo em harmonia com todos os envolvidos com a gestão do Cantareira”, atenta o Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz.
Debates em torno de um consenso a respeito de adequações no sistema
O atual modelo de gestão de recursos hídricos das bacias PCJ foi focado na escassez hídrica. Para se ter ideia, ao final do ano 2003, os reservatórios chegaram a operar abaixo de 30% de sua capacidade. No entanto, a ocorrência nos últimos anos dos eventos climáticos extremos, com fortes chuvas entre os meses de dezembro e março, fizeram as represas do Cantareira atingirem seu armazenamento máximo, causando liberações de vazões que geraram inundações.
“A ferramenta do banco de águas, [a economia de água promovida pela gestão eficiente] na renovação da última outorga do Sistema Cantareira, em 2004, que a instituiu, previa que se as represas extravasassem, atingindo o 100% de operação, o banco seria zerado. Mas isso, pode causar reflexos danosos para a época de estiagem em nossa região, quando a disponibilidade hídrica das bacias PCJ chega a 400 m3 habitantes/ano, o que para os padrões da Organização das Nações Unidas (ONU) é considerado uma bacia de escassez hídrica. Essa ferramenta tem de ser revista para a renovação da outorga em 2014”, adianta Lahóz.
As vazões baixas em época de estiagem como também o estresse hídrico que alguns rios das bacias PCJ estão vivendo expõe a necessidade de aumentar o envio de água do Sistema Cantareira para a nossa região, que desde 2004, com a portaria DAEE 1213/04, tem assegurado o envio de 5 m3/s.
O Formato Talk-Show
A escolha pelo formato de Talk-Show para os debates é uma tentativa de aproximar o tema da comunidade e incentivar a sua participação na busca por um acordo que favoreça as duas principais regiões econômicas do Brasil, responsáveis pelo principal polo industrial do país, no caso da Grande São Paulo, e o terceiro parque industrial que são as Bacias PCJ. O Talk-Show será mediado pelo Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, e pela Gerente de Sensibilização e Gestão, Andréa Borges.
Os mediadores iniciaram o evento com uma pergunta comum para todos os debatedores, que terão 10 minutos para suas explanações. Depois cada debatedor terá até cinco minutos para seus comentários com outros debatedores. Finalizada essa primeira parte do Talk-Show, será iniciada os debates com os expectadores do plenário que deverão encaminhar suas perguntas por escrito aos participantes.
O Talk-Show Sistema Cantareira: Um mar de Desafios é aberto a toda comunidade.
Sistema Cantareira em números
O Sistema Cantareira é um conjunto de seis represas (Jaguari/Jacareí, Cachoeira, Atiabainha, Águas Claras e Paiva Castro) e sua área total tem aproximadamente 227.950 hectares (2.279,5 Km²), abrangendo 12 municípios, sendo quatro deles no estado de Minas Gerais (Camanducaia, Extrema, Itapeva e Sapucaí-Mirim) e oito em São Paulo (Bragança Paulista, Caieiras, Franco da Rocha, Joanópolis, Nazaré Paulista, Mairiporã, Piracaia e Vargem).
Ele está muito próximo das nascentes da cabeceira das bacias PCJ e, por isso, é considerado um sistema produtor de água, além de fornece uma das melhores águas do planeta, com padrões de qualidade superiores aos exigidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
O sistema é responsável pelo abastecimento de 5 milhões de habitantes nas bacias PCJ e outros 9 milhões da Grande São Paulo (55% da população da região metropolitana). Pela portaria 1213/04, às bacias PCJ são destinados 3m3/s de vazão primária e 2m3/s de vazão secundária, totalizando 5m3/s. Já para a Grande São Paulo são enviadas 24,8m3/s de vazão primária e 6,2m3/s de vazão secundária, o que totaliza 31m3/s. As vazões primárias, pela portaria, são as vazões garantidas em caso dos reservatórios atingirem limites críticos de reservação. As secundárias é o acréscimo à vazão primária em caso de o reservatório estar fora de criticidade de armazenamento.
As represas foram construídas a partir da década de 1970: Represas de Paiva Castro (1973), Águas Claras (1973), Cachoeira (1975), Atibainha (1975), Jaguari (1981) e Jacareí (1981). No total, o Cantareira trata 33 mil litros de água por segundo, o que para efeito de comparação, são mais de 47 piscinas olímpicas por hora.
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