O impacto das queimadas à sustentabilidade hídrica e à justiça ambiental

Tema foi um dos debatidos no último encontro do “Projeto Gota d’Água”, na sexta-feira (06), promovido pelo Programa de Educação e Sensibilização Ambiental do Consórcio PCJ

O Brasil está em chamas. Segundo dados do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil possui 3.388 focos de incêndios nessa segunda-feira, dia 09. O Estado de São Paulo tem no momento da redação desse texto, 69 pontos ativos e o acumulado do mês foram 806 focos de incêndio. Esse foi um dos assuntos discutidos pelo último encontro do Projeto Gota d’Água, promovido pelo Programa de Educação e Sensibilização Ambiental do Consórcio PCJ, na sexta-feira, dia 06, que teve como tema “O que as florestas e as populações tradicionais nos ensinam sobre justiça ambiental e resiliência hídrica?”.

O encontro, realizado em ambiente virtual, contou com a participação de Ana Cláudia Gonçalves, do Instituto Mamirauá; Jousanete Dias, da Fundação Amazônia Sustentável; e Mariana Finotti, da Imaflora. As três palestrantes abordaram sobre o desmatamento da Amazônia e seu impacto ao meio ambiente, como também a situação das queimadas na região.

Mariana apresentou sobre a evolução do desmatamento na região amazônica e atentou que tudo que acontece nesse local tem impactos ao meio ambiente do resto do mundo e não somente no Brasil. Nesse sentido, ela apresentou o trabalho promovido pela iniciativa “Origens Brasil”, que é uma rede formada por produtores de povos indígenas e populações tradicionais, instituições de apoio e organizações comunitárias, com desenvolvimento de ações para assegurar relações comerciais éticas e transparentes.

No encontro, Ana Cláudia alertou que 62 municípios do Amazonas decretaram estado de emergência devido à má qualidade do ar, impacto pelas queimadas. O sul da região, tradicionalmente, sempre é afetado por focos de incêndio durante períodos secos, mas a fumaça está atingindo mais municípios nesse ano, que está ainda mais grave por causa da intensa estiagem que assola a região e a falta de abastecimento, pois,a seca impossibilita a navegabilidade nos rios, principal meio de transporte de recursos às comunidades afetadas.

Os desafios de estrutura da Amazônia impactam ainda mais as comunidades ribeirinhas o que está causando êxodo populacional dessas regiões. Segundo Jousanete da Fundação Amazônia Sustentável, as dificuldades com logística, devido ao custo elevado do transporte por rios, o que gera mais consumo de combustível e gasto maior de tempo, a falta de acesso à energia, com acesso apenas a geradores comunitáriosque ligam só em alguns horários e geralmente a noite; e a dificuldade de acesso à internet, tem feito cada vez mais os ribeirinhos buscarem cidades maiores em busca de novas oportunidades.

As três palestrantes mostraram o esforço de projetos e ações para promover a sustentabilidade de comunidades ribeirinhas e sensibilizando sobre a importância dessas regiões e da manutenção do local. A Fundação Amazônia Sustentável tem buscado a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na região Amazônica, buscando ampliar os benefícios socioeconômicos das florestas e de sua biodiversidade e melhorar os meios de subsistência em comunidades remotas.

Inscrições para o Prêmio Sua Gota faz a Diferença se encerram dia 02/10

Durante o Encontro do Gota d’Água, também foi alertado sobre o prazo limite para os participantes inscreverem seus projetos para participar dos “Destaque do ano de 2024” e do “Prêmio sua Gota faz a Diferença”. As atividades devem ser inscritas até o dia 02 de outubro de 2024, através do link: https://forms.gle/QU4cj68ei4qA2i2u8.

Podem ser inscritas iniciativas aplicadas a estudantes da Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio, matriculados em escolas dos municípios associados ao Consórcio PCJ e participantes do Projeto Gota d’Água 2024. Detalhamento das regras de participação constam no link acima.

A premiação está dividida em 3 categorias principais: Vídeo, Desenho e Podcast, além de uma subdivisão de acordo com a faixa etária e escolaridade: Educação Infantil, Fundamental I e II, e Ensino Médio. Os vencedores serão conhecidos no Seminário de Avaliação que acontecerá em novembro, na cidade de Piracicaba (SP).

A gerente técnica do Consórcio PCJ e coordenadora do Programa de Educação Ambiental da entidade, destaca que esse ano a premiação será especial por celebrar os 30 anos de aplicação do projeto. “Esse ano vamos organizar um seminário de avaliação dos projetos ainda mais especial, num local diferenciado, pois, a ocasião marcará a celebração das três décadas de aplicação dessa iniciativa que é referência nacional em educação ambiental voltada à gestão dos recursos hídricos”, atenta.

No Seminário de Avaliação, homenagens serão prestadas às madrinhas e padrinhos do Projeto Gota d’Água, como também, aos participantes da iniciativa. Mais detalhes serão informados em breve.

Dúvidas podem ser consultadas pelo e-mail ambiental@agua.org.br.

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