Índice é muito próximo do que ocorreu às vésperas da Crise Hídrica de 2014/15
O Consórcio PCJ disponibilizou essa semana aos seus municípios e empresas membros novo Boletim sobre a disponibilidade hídrica nas Bacias PCJ, com o comportamento das precipitações de chuvas no último mês de julho e seu impacto no balanço hídrico da região. O documento mostra, que a permanecer o comportamento climático atual, o Sistema Cantareira, importante reserva de água para as Bacias PCJ e para a Grande São Paulo, deverá chegar em dezembro de 2021 com apenas 20,20% do seu volume útil. Esse dado é parecido com o verificado em dezembro de 2013, quando o sistema bateu os 21% de reserva, o que levou o Consórcio PCJ a liberar o seu primeiro alerta para a potencial crise hídrica que se confirmou no ano seguinte.
No documento enviado a todos os membros associados à entidade, verifica-se pelos gráficos apresentados que as chuvas nesse ano estão abaixo da média histórica. Apenas os meses de janeiro e julho conseguiram apresentar volume acumulado de precipitações dentro do esperado para a região das Bacias PCJ, mas na média anual estamos abaixo do volume esperado. No Sistema Cantareira esse dado é ainda mais preocupante, já que em nenhum mês de 2021 choveu dentro da média para o período.
Esse comportamento climático tem impactado as vazões dos rios das Bacias PCJ, diminuindo o volume de água disponível. Por exemplo, o Rio Piracicaba, na cidade de Piracicaba, registrou vazão média para o mês de julho de 21,09 m³/s, quando o esperado é de 63,01 m³/s, o que representa 44.912 piscinas olímpicas a menos de disponibilidade de água.
Mesmo fenômeno tem sido verificado em todos os rios da região e, inclusive, nas vazões de afluência ao Cantareira, ou seja, no volume de água que chega até os reservatórios. Essas ocorrências leva a equipe técnica do Consórcio PCJ a entender que a nossa bacia hidrográfica está sob ação de um evento climático extremo e com poder para causar impactos em 2021 e com reflexos no próximo ano.
Os municípios atendidos pelo Sistema Cantareira, ou seja, aqueles que estão localizados nas calhas dos Rios Atibaia, Jaguari e Piracicaba, tendem a estar mais seguros, devido às vazões adicionais dos reservatórios, mas se esse fenômeno climático seguir durante esse ano e início de 2022, poderão no próximo ciclo seco ter problemas de disponibilidade. Porém, os municípios que estão nas bacias não atendidas pelo Cantareira, podem enfrentar escassez severas já nesse ano, especialmente entre os meses de agosto e outubro, quando a estiagem se intensifica.
Na conclusão do Boletim, o Consórcio PCJ atenta que o momento é de Alerta e que as precipitações abaixo da média vêm sendo verificadas nos últimos quatro anos, contudo, o que se nota em 2021 é uma intensidade maior ainda. Diante desse cenário, a entidade recomendou aos municípios para iniciarem ações de contingenciamento, como campanhas de uso racional da água e execução de obras de ampliação da reserva de água bruta ou tratada para quando as chuvas voltarem a ocorrer, além de medidas de longo prazo como reflorestamento de nascente e matas ciliares, desassoreamento de reservatórios já implantados e recuperação de mananciais.
A cada mês o Consórcio PCJ está disponibilizando Boletins sobre a Disponibilidade Hídrica aos seus municípios e empresas membros associados com o objetivo de levar informações sobre o comportamento do clima e seus impactos para o gerenciamento de recursos hídricos, com reflexos nas políticas publicas de planejamento quanto ao abastecimento. Dia a dia, a equipe técnica da entidade monitora diversos dados para depois analisá-los e compila-los com projeções futuras para que os associados possam tomar decisões com melhor embasamento técnico possível. Os Boletins do Consórcio PCJ são disponibilizados sempre na 1º semana do mês.