04/03/2011
A falta de um sistema de monitoramento e prevenção a desastres naturais foi o centro dos debates da mesa redonda “Eventos Extremos: Fenômenos Naturais ou Conseqüências das Ações Humanas”, promovida pela ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, em parceria com a ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos, com a ABGE – Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental e com a ABMS – Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica. O evento aconteceu no dia 28 de fevereiro, no auditório Centro Brasileiro Britânico na cidade São Paulo, e contou com a presença de representantes do Consórcio PCJ, que aproveitaram a ocasião para promoverem o curso sobre eventos extremos que a entidade realizará em 2011 dentro do projeto Semana da Água.
O encontro teve como palestrantes representantes dos promotores do evento e convidados. O município de São Paulo mereceu reflexão especial sobre as obras que já foram executadas preventivas aos eventos extremos, principalmente quanto a calha do rio Tietê, concluindo-se terem sido insuficientes frente aos últimos eventos.
Representando a ABRH e o departamento de Engenharia da USP, Mário Thadeu Leme de Barros, abriu os debates informando que as chuvas dos dois últimos anos se deram com precipitações acima da média. Segundo ele, em julho de 2009, choveu 230% mais que no mesmo período do ano anterior, em dezembro de 2009 esse indice era de 37% e em janeiro de 2010, estava chovendo 85% mais que o esperado para essa época do ano.
“Uma chuva com precipitação de 30 a 60 mm, com duração de 30 a 80 minutos, é suficiente para gerar enchentes repentinas e localizadas na cidade de São Paulo”, atentou Barros.
Para Paulo Henrique Dias da ABMS, os eventos extremos são um problema nacional e por isso deve ter gestão do Estado, focado no monitoramento desses acontecimentos e com um plano de prevenção. “Algumas melhorias são necessárias desde já, como conhecendo áreas e mapeando locais de risco, dados hidrológicos e comportamento dos rios, com mapeamentos de cheias próxima à áreas habitáveis. A medição da meteorologia deve ser aprimorada, com informações rápidas, seguras e a implantação de um sistema de alerta, a exemplo do que já ocorre em Angra dos Reis (RJ)”, disse.
A Bióloga Andréa Borges e o Engº Francisco Carlos Castro Lahóz, Coordenadores de Projetos do Consórcio PCJ, representaram a entidade no evento. Assim que foram abertos os debates, Lahóz consultou a mesa sobre a necessidade e indicação ou não de universidades, ONG’s bem estruturadas, entre outras instituições tomarem a iniciativa de promoverem cursos de capacitação auxiliando na inteiração e ações de apoio entre o Ministério da Integração, Secretaria de Estado, Defesa Civil e Comunidade.
Como resposta alguns membros da mesa concordaram que a iniciativa seria louvável e necessária “com certeza, deveria ocorrer de forma harmoniosa em relação aos organismos que já atuam no setor”.
O Dr. Paulo Henrique Dias representante da ABMS ressaltou que seria importante que os eventos extremos passassem a fazer parte das grades curriculares do Consórcio PCJ e, portanto, deveriam ser assumidos pelo Ministério da Educação.
Ao final, Lahóz e Andréa, lançaram a todos os presentes o curso sobre eventos extremos que o Consórcio PCJ aplicará dentro do projeto Semana da Água 2011, promovido pelo Programa de Educação Ambiental. O projeto capacita anualmente 180 mil alunos e em mais de 15 de atuação já atendeu mais de três milhões de pessoas de forma direta e mais de cinco milhões de forma indireta.
“Participar de encontros sobre esse tema é fundamental para a troca de experiências e, assim, chegarmos a um formato de curso que atenda às necessidades da realidade brasileira”, pontuou Andréa.
Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ