Largada para 9º Fórum Mundial da Água segue ativa no site oficial do evento até o próximo dia 30 de setembro

Quem não conseguiu assistir aos webinars ao vivo pode assisti-los off-line e receberão certificados de participação

A Largada Brasileira para 9º Fórum Mundial da Água, Dakar – Senegal 2021, encerrou os eventos ao vivo na sexta-feira passada (04) e contou com a participação até o momento de 452 inscritos. Mas, quem não conseguiu acompanhar os webinars nas duas últimas semanas ainda pode assisti-los pela landing-page oficial do evento, em www.agua.org.br/eventosdigitais, que ficará ativa até o dia 30 de setembro. Aqueles que assistirem aos quatro webinars também receberão certificados de participação. Por isso, não perca tempo. Corre lá, assista e contribua com ideias e ações para o próximo Fórum Mundial da Água

Veja o que rolou na última Semana da Largada Brasileira para o 9º Fórum Mundial da Água

O Consórcio PCJ encerrou na última semana a Largada Brasileira para o 9º Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Dakar, no Senegal, em março de 2021. Os dois últimos webinars foram realizados nos dias 03 e 04 de setembro e tiveram como tema “Cooperação” e “Ferramentas e Meios de Implementação”, respectivamente, e contou com participações internacionais como a palestra de Aziza Akhmouch, os depoimentos do secretário geral da Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB), Eric Tardieu, as falas do Presidente do Conselho Mundial da Água, Loïc Fauchon, e do copresidente do Comitê Organizador do 9º Fórum Mundial da Água, Abdoulaye Sene.

A primeira semana aconteceu entre os dias 26 e 27 de agosto com temas voltados à sustentabilidade hídrica e saneamento e ao desenvolvimento rural, em que foi destacada a importância de Programas de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) na geração de renda aos proprietários rurais e ao mesmo tempo ampliação da preservação de nascentes e mananciais.

Acompanhe abaixo como foram os dois últimos webinars da “Largada Brasileira para o 9º Fórum Mundial da Água:

Dia 03 de setembro – Cooperação

O terceiro dia de eventos teve início com palavra de abertura do Presidente da Sanasa Campinas e Vice Presidente do Consórcio PCJ para Sistemas de Monitoramento das Águas, Arly de Lara Romêo, que parabenizou a entidade por iniciar os preparativos dos brasileiros para participação no 9º Fórum Mundial da Água e destacou a necessidade da discussão do tema cooperação na implementação de sistemas de gestão dos recursos hídricos e saneamento nas Bacias PCJ. “Esse evento tem grande relevância na área dos recursos hídricos. Nesse ano, principalmente com a nova lei do Marco do Saneamento, estamos discutindo mais a importância do tema para o Brasil e para a vida. Somos felizes em saber que o Brasil colocou o saneamento no mapa de suas grandes iniciativas, afinal isso cria uma nova perspectiva para o saneamento básico no país”, pontuou.

Dando continuidade a abertura do evento, o secretário geral da Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB), Eric Tardieu destacou em sua fala que as mudanças climáticas vêm realizando uma grande pressão sobre a gestão dos recursos hídricos e seus usos, colocando o tema em evidência no cenário global e a necessidade de se buscar soluções para tais problemas. “São as diversas formas de cooperação e troca de experiências o caminho fundamental para essa solução. Entretanto, é preciso focar sempre no conhecimento e em sistemas de informação que auxiliem na estruturação de uma governança compartilhada entre as instituições e lideranças mundiais atuantes nas áreas de recursos hídricos. É com base nesses princípios que a RIOB continuará se mobilizando”.

Cooperação e Troca de Experiências

Chefe de Projetos para a América Latina do Escritório Internacional da Água (OIEau), Nicolas Bourlon, afirmou em sua apresentação que a prática da cooperação e integração entre os países sempre foram fundamentais para os trabalhos da gestão dos recursos hídricos. Como exemplo disso, Nicolas destacou o histórico da cooperação Brasil – França, iniciadas em 1988, quando os primeiros trabalhos foram desenvolvidos na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, por meio de palestras e seminários que culminaram na formalização de um Acordo de Cooperação com a Agência de Bacias do Paraíba do Sul (AGEVAP). Para ele, essas ações de cooperações no Brasil foram fortalecidas na Rio 92, com a ampliação das interlocuções, viagens e intercâmbios entre os países para troca de experiências e tecnologias relacionadas a gestão da água e saneamento.

Bourlon atentou a importância das ações de intercâmbios com o Consórcio PCJ, que permitiram o desenvolvimento mais robusto em gestão de recursos hídricos para as Bacias PCJ. “Cooperação essa que permitiu apoiar ações grandiosas, como a criação da Rede Brasileira de Organismos de Bacias (REBOB) e as Políticas Estadual Paulista e Nacional dos Recursos Hídricos, que até hoje apresentam-se como modelo de orientação legal para gestão das águas no Brasil”, comentou ele.

Ao tratar dos 30 anos de cooperação França-Brasil, Bourlon relembrou o sucesso da cooperação triangular realizada de 2012 a 2018 entre Consórcio PCJ, Agência Loire Bretagne e Estado do Rio Grande do Sul, que possibilitou importantes avanços para a gestão dos recursos hídricos da região Sul do Brasil.

Complementando a apresentação de Bourlon sobre o papel da cooperação para a governança da água, a secretária executiva da Rede Brasil de Organismos de Bacias (REBOB), Suraya Modaelli, destacou a importância da participação e preparação brasileira para o 9º Fórum Mundial da Água, ressaltando as cooperações que estão ocorrendo atualmente entre os entes do sistema de recursos hídricos no Brasil. “Nós temos trabalhado ações de Cooperação que estão sendo desenvolvidas pela REBOB em parceria com diversos comitês de bacias hidrográficas, Estados e União, permitindo a formação de redes de sensibilização, comunicação e troca de experiências. Temos uma grande rede de contatos que nos permite divulgar as informações necessárias e importantes do sistema de gerenciamento”, afirmou ela.

Segundo Suraya, a integração e trocas de experiências possibilitaram ações nacionais de sucesso que poderão ser compartilhadas no 9º Fórum Mundial da Água. “Dentre as experiências que podem ser levadas para o próximo Fórum pode-se citar as ferramentas de implementação de sistema de gestão, como: a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos; Outorgas; Sistema de Informação; Plano de Bacias; entre outros. Os Programas PROGESTÃO, que tem por objetivo fortalecimento dos Órgãos gestores estaduais, PROCOMITÊS também são importantes ferramentas que poderão ser apresentados no Fórum do Senegal, por exemplo”, relatou ela.

O diretor presidente da Fundação Agência de Bacias PCJ, Sérgio Razera, elencou as atividades que estão sendo executadas nas Bacias PCJ graças à cooperação com outras entidades e parceiros. “Tudo o que a gente faz aqui na região das Bacias PCJ é cooperar, ou seja, são pessoas que juntas trazem o seu conhecimento para troca em um momento de debate. Na região temos o desenvolvimento de ações voltadas ao avanço na gestão da água, do saneamento e do meio ambiente. Entre elas é importante ressaltar a Cooperação para constituição da Rede de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ, de fundamental importância para gestão e controle de vazões dos cursos d’água dos rios da região e dos reservatórios do Sistema Cantareira; Cooperação para instituição da Escola da Água e Saneamento, coordenada pelo Consórcio PCJ em parcerias com ARES PCJ e Agência PCJ, viabilizando melhor capacitação de Operadores de ETAs e ETEs, por exemplo. São ações que fazem a diferença”, comentou.

União entre Sustentabilidade e Cooperação

Outra convidada a participar do terceiro encontro promovido pelo Consórcio PCJ foi a assessora em sustentabilidade da Sanasa Campinas e membro da Rede Brasil do Pacto Global, Adriana Leles. Em sua apresentação, Adriana salientou a relação existente entre a sustentabilidade e a Cooperação. “Os próprios Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nascem com essa estrutura de cooperação, pois se tem um amplo engajamento dos mais diversos setores. A Agenda 2030 e os ODS nos mostram que o trabalho em equipe por meio do envolvimento e participação de todos é fundamental para construção desses sistemas a fim de garantir um mundo mais justo e sustentável”, pontuou.

Adriana também destacou que as crises mundiais vieram para nos mostrar um novo modo de agir e viver, e que as incidências dos eventos climáticos extremos reforçam cada vez mais que as soluções para os problemas globais não serão pontuais ou setoriais, mas sim, coletivas, passando por acordos de cooperações e pactuações. “Vivemos num planeta totalmente conectado, onde as ações devem ser conjuntas e realizadas agora, pois o futuro depende de nós”.

Dia 04 de setembro – Ferramentas e Meios de Implementação

O quarto e último Webinar da “Largada Brasileira para o 9º Fórum Mundial da Água” abordou os meios de implementação e financiamento de projetos e ações em prol da água, além de valorizar o conhecimento técnico científico e formas de governança, mobilizando a sociedade sobre a importância do debate em torno deste tema para o próximo Fórum Mundial da Água.

A abertura do evento foi realizada pelo presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza, que atentou para a oportunidade de debates em novos modelos de investimentos e ideias inovadoras para uma gestão mais eficiente da água, além de mencionar o papel do Consórcio PCJ no desenvolvimento regional. “Há mais de 30 anos, o Consórcio PCJ tem exercido nas Bacias PCJ um papel fundamental no gerenciamento de recursos hídricos, com suporte técnico, planejamento, fomento e sensibilização de iniciativas que garantam a preservação dos mananciais na busca pela ampliação da oferta hídrica de qualidade para milhares de pessoas, e toda essa experiência e aprendizado sobre a gestão da água poderá ser compartilhada junto aos parceiros no Senegal, em Dakar”, atentou ele.

O presidente do Conselho Mundial da Água (WWC), Loïc Fauchon, também participou por vídeo gravado como convidado especial do evento e demonstrou satisfação com a iniciativa brasileira de apoio ao 9º Fórum Mundial da Água. “O Fórum Mundial da Água é uma ótima oportunidade para trazer respostas concretas. Acredito que os debates em torno de ações e iniciativas que resultem em bons modelos de aplicação prática de soluções concretas relacionadas à água e saneamento tenham replicabilidade junto aos países do continente africano”, afirmou Fauchon.

Dando início as apresentações, a diretora do Programa de Governança da Água da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Aziza Akhmouch, mencionou sobre os trabalhos desenvolvidos pela organização na implementação de meios e ferramentas em apoio aos sistemas de gestão da água e saneamento e explicou que na maioria dos países membros e não membros da OCDE observa-se que os maiores desafios das Políticas de Água não estão diretamente ligados às necessidades tecnológicas ou estruturais. “O que se vê é que os maiores desafios estão relacionados a efetiva implementação do planejamento estratégico elaborado, que obrigatoriamente passa pela necessidade de um bom mecanismo de ferramentas e meios para sua implementação. Isso mostra a evidente necessidade do trabalho conjunto dos diversos setores para o atingimento de metas e elaboração de políticas públicas positivas que viabilizem as ações em prol da água e saneamento”, pontuou.

Este aspecto levantado por Aziza foi igualmente defendido por Ricardo Andrade, diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA) e Governador Honorário do Conselho Mundial da Água, já que segundo ele a gestão efetiva dos recursos hídricos depende da implementação do que foi planejado. “A gestão da água somente terá sucesso com a existência de instituições técnicas e capacitadas que executem as ferramentas e meios de implementação, colocando em prática os estudos e Planos realizados. É preciso o fortalecimento de conselhos regionais, estaduais e federais através de ações participativas”, comentou.

Em relação à implementação efetiva, Andrade explica que a ANA tem trabalhado no engajamento da sociedade em capacitações. “A Agência Nacional de Águas tem buscado realizar agendas de ações nacionais, como capacitação e cursos de educação a distância, com parcerias com instituições de ensino do Brasil, a fim de utilizar essas capacitações como ferramenta de evolução dos membros do sistema em ações de tomada de decisão, elaboração de planos de recursos hídricos, entre outros”.

Investimentos Privados e Pesquisa

No que tange ao trabalho conjunto de diferentes setores para o desenvolvimento de ações em prol da água e saneamento, a coordenadora do programa de Pesquisa e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, Annelise Vendramini, é preciso que o setor privado seja engajado na agenda mundial da água. Para ela, os planos de recursos hídricos de todas as regiões do país, em especial na Bacia PCJ, demandam muitos investimentos que geralmente os recursos públicos não são capazes de atender.

“Ao analisarmos os planos de recursos hídricos das regiões do país podemos observar que as demandas apresentadas necessitam de uma grande quantidade de recursos financeiros para atendimento das metas relacionadas principalmente ao enquadramento dos corpos d’água. Os recursos públicos geralmente são insuficientes. O uso dos recursos privados não ocorre em substituição aos públicos, mas sim, em complemento,”, argumentou Annelise.

A coordenadora da FGV ainda explicou que a necessidade de investimentos vem sendo atendida pelo setor privado, visto que ao longo dos anos vem surgindo uma crescente mundial do interesse de aportes de recursos financeiros privados. “Em 2019, por exemplo, o Banco de desenvolvimento Nórdico emitiu dois bilhões de títulos para proteção de oceanos e existiu um interesse muito maior do que o esperado na compra desses títulos pelas empresas e instituições europeias interessadas em contribuir nessa agenda de sustentabilidade. Os chamados “investidores climáticos” também se apresentam como um importante setor interessado em apoiar e investir recursos privados em projetos do setor água, saneamento, meio ambiente, elétrico, entre outros”.

O coordenador da Câmara Técnica de Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias dos Comitês PCJ, Tadeu Malheiros, afirmou que o Brasil está progressivamente mais maduro na gestão da água e saneamento. Para ele, isso pode ser observado com a implantação e estruturação de colegiados e fóruns de discussão, principalmente com o crescimento da regulação. Dessa forma, os investimentos privados estão sujeitos a todo esse processo de amadurecimento dos mecanismos legais e processos de regulação, existindo a necessidade de tempo de amadurecimento em determinados setores, onde o estado e sociedade deverá assumir seu papel nesse processo.

No que tange o fomento de tecnologia, Malheiros citou as câmaras técnicas de bacias hidrográficas da Bacia PCJ como um importante mecanismo. “Nós temos uma câmara especificamente voltada para inovação e ciência e que ao mesmo tempo dialoga com outras câmaras. Essa câmara voltada para o fomento de ciência e conhecimento é o que tanto se precisa e se deseja”.

Para encerrar a Largada Brasileira para o 9 º Fórum Mundial da Água, o Consórcio PCJ convidou o Sr. Abdoulaye Sene, Copresidente do Comitê Diretivo Internacional do 9º Fórum Mundial da Água, que agradeceu a colaboração e mobilização brasileira para esse que é, sem dúvida, o maior evento sobre água no mundo. Sene reforçou o tema central do evento que será: “Segurança Hídrica para promover a Paz e Desenvolvimento”. Ele assinalou que mesmo diante das adversidades por causa da Covid-19, as ações preparatórias estão acontecendo por meio dos agentes globais e plataformas virtuais. A principal ambição do Senegal junto ao Conselho Mundial da água é fazer com que essa 9ª edição seja eficiente com respostas sociais, econômicas e políticas de solução aos desafios da água e saneamento para o continente Africano.

Webinars ainda podem ser assistidos

Como já lembrado no início do texto, quem não conseguiu acompanhar todos os quatro webinars ao vivo, pode assisti-los pela página oficial do evento (www.agua.org.br/eventosdigitais). A Landing Page ficará ativa até o dia 30 de setembro. Após completar sua inscrição, acesse a área logada para contar como presença para emissão dos certificados.

Quando assistir a todos os eventos digitais da Largada, ficará disponível um botão chamado “Garantir meu Certificado” em sua área logada. Clique nele e siga o passo a passo, complete os dados que forem solicitados, faça as avaliações que ainda não foram feitas e no final você poderá baixar o certificado.

Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail: comunicacao@agua.org.br

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