Investimentos no Ribeirão Quilombo são anunciados e meta é que o tratamento de esgoto atinja 100% até 2035

Evolução da despoluição do curso d’água vai ganhar o reforço de Sumaré que deve inaugurar a primeira de 3 estações de tratamento de esgoto em 2026. Tema foi debatido durante Encontro do Grupo de Revitalização do Ribeirão Quilombo, promovido pelo Consórcio PCJ

O Grupo de Revitalização do Ribeirão Quilombo, organizado pelo Consórcio PCJ, se reuniu em ambiente virtual, nessa sexta-feira (10), para revisar as ações em andamento, os resultados já alcançados e fazer planejamento das próximas etapas do Programa. Na reunião foi debatido sobre os avanços no tratamento de esgoto do curso d’água, com meta de atingir 100% até 2035. Houve apresentações do Consórcio PCJ, da BRK Ambiental e do SP Águas.

Participaram do encontro os representantes dos seis munícipios que compõe a sub-bacia (Americana, Campinas, Hortolândia, Nova Odessa, Paulínia e Sumaré) além da participação de Calebe Martins Faria, assistente técnico do SP Águas que abordou sobre as ações do Programa Rios Vivos.

O QUE FOI APRESENTADO NA REUNIÃO?

A BRK Ambiental de Sumaré apresentou na reunião as obras previstas para ampliar o tratamento de esgoto da cidade de 28% para 100%, que prevê a construção de três novas ETEs. A primeira a ser entregue será a do Tijuco Preto, em 2026, com capacidade para tratar 230 l/s que elevará o tratamento da cidade para 45% e conta com investimentos na ordem de R$ 116 milhões. As duas próximas a serem construídas, serão as ETEs do Jatobá, com previsão de entrega para 2028, e do Quilombo, em 2030, que estão em fase de elaboração do projeto executivo e receberão investimentos de R$ 209 milhões. executivo e receberão investimentos de R$ 209 milhões e complementarão o sistema de coleta e tratamento de esgoto com alcance do índice de 100% no município.

Segundo o coordenador de engenharia da BRK, Vinicius Andreatto de Freitas, a tecnologia que será implantada na ETE do Tijuco Preto será a Nereda que utiliza biomassa granular para tratar o esgoto de forma eficiente, dispensando o uso de produtos químicos e reduzindo o consumo de energia, com otimização do espaço de implantação. Conforme apresentado na Reunião do Grupo, a tecnologia Nereda é um tratamento de esgoto de nível terciário, pois remove matéria orgânica, nitrogênio e fósforo de forma eficiente combinando os processos de tratamento secundário e terciário em um mesmo sistema, o que trará boa qualidade ao efluente final a ser lançado na Bacia do Quilombo.

“O uso dessa tecnologia na ETE Tijuco Preto permitirá a operação totalmente automatizada da estação através do uso de Inteligência Artificial (IA)”, assinalou Freitas.

O assessor da Prefeitura de Sumaré, Benjamin Vieira de Souza, representou o prefeito municipal, Henrique Stein Sciascio, destacou o comprometimento da cidade com o projeto de revitalização do ribeirão. “Sumaré já iniciou a parte que a ela lhe compete na despoluição do Quilombo”.

Em seguida, o assistente técnico do SP Águas apresentou o Programa Rios Vivos do Governo do Estado e como participar da iniciativa. O programa é estruturado em três eixos: desassoreamento e limpeza de rios; recuperação e proteção de mananciais; e saneamento, com sistemas de afastamento e tratamento de esgoto. Entre 2023 e 2024, o programa recebeu R$ 96 milhões em investimentos estaduais e a promessa para 2025 é de que os investimentos cheguem à monta de R$ 250 milhões, com potencial para atender até 250 rios, córregos e ribeirões em 150 cidades do Estado de São Paulo.

Com foco para reunião do Grupo do Quilombo, foi apresentado pelo SP-ÁGUAS informações sobre procedimentos, etapas, prazos, documentos e responsabilidades dos municípios para acesso aos serviços de desassoreamento junto ao Governo do Estado.

“O objetivo desse importante programa é manter a condições adequadas dos mananciais de águas superficiais de São Paulo”, comentou Calebe Martins Faria, assistente técnico do SP Águas.

RESULTADOS DO PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RIBEIRÃO QUILOMBO

Durante a reunião, o Consórcio PCJ destacou os resultados obtidos até o momento com implantação do Grupo de Revitalização do Quilombo. Houve avanços como a implantação de reservatórios para otimizar os sistemas macrodrenagem, como os implantados em Hortolândia e Campinas, a evolução nos investimentos em coleta e tratamento de esgoto, devido principalmente pela substituição de coletor tronco e eliminação de 13 pontos de lançamento de esgoto in-natura e construção/reforma de 3 Estações Elevatórias em Americana, a reforma e ampliação da ETE Quilombo e implantação de Usina de Compostagem em Nova Odessa, a construção da EPAR (Estação Produtora de Água de Reuso) Boa Vista em Campinas, a implantação de três novos pontos de monitoramento de água pela CETESB e ações de recomposição de matas ciliares.

O assessor técnico do Consórcio PCJ, Flávio Forti Stenico, destacou o comprometimento dos seis municípios da sub-bacia do Quilombo na realização dessas ações que buscam despoluir o curso d’água. Stenico ainda pontuou sobre as oportunidades de captação de recursos para projetos que atendam o Quilombo junto ao Comitês PCJ. “Graças às articulações do Consórcio PCJ, o Projeto de Revitalização do Ribeirão Quilombo foi colocado como estratégico na atualização do Plano de Bacias, especialmente, no caderno que trata de despoluição de corpos hídricos”, atentou Stenico.

Os municípios da sub-bacia do Quilombo podem ter acessos a recursos para projetos que atendam aos Programas de Duração Continuada (PDC): PDC1 – Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, PDC 3 – Esgotamento Sanitário e PDC 5 – Controle de Perdas em Serviços de Abastecimento.

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, pontuou que o Ribeirão Quilombo é um enorme desafio para as Bacias PCJ, por se tratar de um curso d’água majoritariamente urbano, cujo índice de qualidade da água ainda se apresenta como “ruim” segundo o Relatório de Águas Superficiais da CETESB devido aos lançamentos de efluentes domésticos, industriais e por poluição difusa. “O Quilombo possui problemas crônicos devido à falta de tratamento de efluentes, poluição difusa e lançamentos clandestinos, mas, devido ao trabalho quase de corpo a corpo que o Consórcio PCJ vem realizando nessa sub-bacia está apresentando avanços já e certamente conseguiremos trazer as águas desse importante ribeirão à qualidade novamente”, comentou.

SOBRE O RIBEIRÃO QUILOMBO E O PROJETO DE RECUPERAÇÃO

O Ribeirão Quilombo possui extensão aproximada de 54,7 km desde a sua nascente, na cidade de Campinas, até a sua foz no Rio Piracicaba, no município de Americana. Sua bacia hidrográfica possui extensão de 396 km² é caracterizada por ocupação majoritariamente urbana e com índice de chuva variando entre 1.200 e 1.800 mm. O curso d’água cruza ainda os municípios de Sumaré, Nova Odessa e parte das divisas territoriais de Paulínia e Hortolândia. A meta é que o Ribeirão melhore a qualidade de suas águas até 2035, data essa, na qual o Plano de Bacias PCJ prevê que todos os cursos d’água da nossa região estejam enquadrados no mínimo em qualidade classe 3, o que segundo a resolução CONAMA, permite o uso dessas águas para abastecimento humano com tratamento convencional, irrigação de culturas e pesca amadora.

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