Projeto-piloto vai avaliar impactos ambientais e comparar a geração da usina flutuante com outras usinas solares em solo
A Itaipu Binacional vai instalar uma usina solar flutuante no reservatório da usina hidrelétrica, em caráter experimental, com capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico). O edital para contratação do serviço, com valor estimado de U$ 1 milhão, foi publicado nesta quinta-feira (25) e prevê o fornecimento dos equipamentos, instalação, comissionamento e assistência técnica. Poderão participar da licitação consórcios binacionais, formados por empresas brasileiras e paraguaias.
Os painéis serão posicionados no lado paraguaio do reservatório e a energia gerada vai atender parcialmente o consumo interno da própria usina. Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, a iniciativa faz parte dos esforços da empresa em contribuir para o enfrentamento da crise climática global. Entre as vantagens do projeto, estão o desenvolvimento tecnológico de soluções sustentáveis na área de energia, a criação de novos negócios e a otimização do uso do reservatório.
“São benefícios ambientais, sociais e econômicos, e estão dentro do atual contexto de transição energética. A solução encontrada aqui na Itaipu poderá servir de espelho para a instalação de projetos semelhantes em outros reservatórios brasileiros”, afirmou, lembrando que o Brasil detém hoje uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, baseada na geração hidroelétrica.
Além da planta fotovoltaica, a Itaipu Binacional, o Itaipu Parquetec e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – margem paraguaia) vão desenvolver o projeto “Estudos para Sustentabilidade da Usina Solar Flutuante (USF) no reservatório da Usina Hidrelétrica Itaipu (UHI)”.
O projeto contempla a elaboração de análises de comparação de geração entre a usina flutuante e outras usinas solares em solo, análises de modelos de negócio para as legislações brasileira e paraguaia, avaliação de impactos na rede interna de energia da Itaipu (se houver) e simulações para eventual expansão da usina flutuante e inclusão de sistemas de bateria.
O estudo também vai levantar possíveis impactos ambientais da planta fotovoltaica no reservatório, trabalho que será feito com a colaboração da Diretoria de Coordenação.
O superintendente da Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti, disse que as análises poderão confirmar alguns dos benefícios ambientais esperados com o projeto – entre eles, a redução da evaporação do reservatório e a mitigação da formação de algas, contribuindo para a preservação dos ecossistemas aquáticos. Ao refletir a luz solar, a água também poderá aumentar a captação de energia dos painéis solares, gerando maior rendimento em comparação com instalações terrestres.
Meneghetti acrescenta que estudos técnicos indicam que o potencial brasileiro de usinas solares em reservatórios de hidrelétricas chega a 4.519 GWp, com uma geração anual de 4,4 milhões de MWh – cerca de 5% da produção de Itaipu em 2023.
Consórcio binacional
As empresas interessadas em participar da licitação da usina solar flutuante deverão ser reunir em forma de consórcio binacional, composto por empresas do Brasil e do Paraguai, em que cada consorciada deve deter no mínimo 30% de participação. Também deverão atender aos requisitos de habilitação e demais exigências estabelecidas no edital, explicou Guilherme Mateus dos Anjos, da Divisão de Suporte Técnico, área responsável pela contratação.
A expectativa é que a sessão pública da licitação ocorra em 30 dias após o lançamento do edital. As Assessorias de Energias Renováveis dos lados brasileiro e paraguaio irão coordenar a execução do serviço.
O prazo para a instalação dos painéis, a partir da assinatura da ordem de serviço, será de 150 dias corridos, incluindo a entrega do projeto de engenharia, dos equipamentos elétricos, do sistema de controle e instrumentação, estrutura mecânica, obras civis e estruturais, construção, montagem e comissionamento. Outros 180 dias serão adicionados para assistência técnica, treinamento e aceitação final do produto, totalizando 330 dias para a execução do projeto.
Para acessar o edital de licitação, clique neste link: https://portaldofornecedor.itaipu.gov.br/licitacoes/ef-0823-24
Itaipu no G20
Nos dias 30 de setembro a 4 de outubro deste ano, a cidade de Foz do Iguaçu (PR) vai receber o encontro do G20. Ele marca um momento histórico, sendo a primeira vez que uma cidade do interior do Brasil sediará o evento, graças à parceria com a Itaipu Binacional, que é uma das patrocinadoras do G20. Esta colaboração não apenas destaca a importância de Foz do Iguaçu no cenário global, mas também coloca a Itaipu em evidência como um exemplo de inovação e sustentabilidade.
Com iniciativas como a usina-piloto solar flutuante, a Itaipu Binacional reafirma sua missão de ser uma líder na transição energética, contribuindo para um futuro mais sustentável, o que é um dos temas centrais das discussões do G20. A usina não apenas fornece energia limpa e renovável, mas também investe em inovação tecnológica, tornando-se um símbolo de como a infraestrutura existente pode ser adaptada para atender às demandas do século 21.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 3 bilhões de MWh. Em 2023, foi responsável por cerca de 10% do suprimento de eletricidade do Brasil e 88% do Paraguai.
Texto: Divisão de Imprensa – Itaipu Binacional (imprensa@itaipu.gov.br)
Crédito foto reservatório: Edino Krug/Itaipu Binacional
Crédito imagens ilustrativas. Envato