Plantão de Dúvidas do Consórcio PCJ que aconteceu na última sexta-feira, dia 20, buscou auxiliar municípios e empresas associados em ações de contingenciamento.
A estiagem em 2022 chegou mais cedo e já impacta na disponibilidade hídrica das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ). Somente no último mês de abril, as chuvas ficaram 35,6% abaixo do esperado para o período e esse comportamento climático já afeta a reservação de água nas represas e na vazão média dos rios da região. Pensando nisso, o Consórcio PCJ promoveu nessa sexta-feira, dia 20, o Plantão de Dúvidas e Orientações para o Enfrentamento da Estiagem 2022, no qual debateu os cenários climatológicos e forneceu suporte técnico para a busca de soluções e alternativas de contingenciamento.
Nas regiões de cabeceiras das Bacias PCJ, onde está o Sistema Cantareira, as chuvas vêm ocorrendo na ordem de 20% abaixo do esperado, nos últimos cinco anos. As fortes chuvas registradas em janeiro de 2022, na ordem de 22% acima do esperado para o período, não foram suficientes para recarregar nossos mananciais, já que nos meses de fevereiro, março e abril, as chuvas ficaram bem abaixo das previsões, na ordem de 46%, 41% e 83% abaixo das médias históricas.
Até o momento, o ano de 2022 registra precipitações 25% abaixo do normal e o Sistema Cantareira, importante reserva estratégica de água para a bacia, adentrou ao período seco com apenas 42,85% da sua capacidade, quando o normal seria acima dos 60% para garantir vazões sustentáveis para as Bacias PCJ e do Alto Tietê, onde está a Grande São Paulo.
Previamente, ao início da estiagem a Entidade disponibiliza a seus Associados um Ofício Alerta/Recomendações, prática exercida nos últimos 20 anos, que contém orientações a serem aplicadas nesse período, com o objetivo de amenizar os impactos pela redução das vazões disponibilizadas e consequente qualidade inferior das águas ofertadas pelos cursos de água.
O ofício SE: 040/2022 encaminhado em março aos membros do Consórcio PCJ, a entidade destacou que a ocorrência de eventos extremos nesse ano pode acarretar severos impactos à disponibilidade hídrica e que todos devem se preparar para ações de contingenciamento. Além de alertar para orientações de enfrentamento da Estiagem 2022, o documento apresenta sugestões de ações de contingenciamento e resiliência hídrica, ao definir uma série de práticas a serem desenvolvidas ou planejadas pelos municípios em cenários de “baixa, média e alta dificuldade” no atendimento de água, sendo que não é necessária uma situação crítica para iniciar as medidas mitigatórias e de prevenção.
Foram destacadas recomendações de identificação dos pontos críticos para abastecimento, em situação de “Baixa dificuldade”, caminhando-se para procura de alternativas de fontes alternativas para abastecimento em “Cavas de Mineração”, “Reservatórios Particulares da Zona Rural”, completando-se com a eventual utilização de caminhões pipa para complementar o abastecimento, quando se tratar da prioridade “Alta”.
Durante o Plantão Técnico, os participantes ainda alertaram para a preocupação da qualidade da água durante esse período. Com a redução da vazão dos rios, necessariamente, haverá piora na qualidade dos mananciais devido a diminuição na capacidade de diluição da poluição nos cursos d’água. O Consórcio PCJ atentou que os mananciais das Bacias PCJ são monitorados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), na questão de qualidade, e as vazões dos rios pelo serviço de telemetria do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE). Esses dados são compilados na Sala de Situação PCJ.
Também foram apresentadas informações sobre os cronogramas das obras das barragens de Pedreira e Duas Pontes, Sistema Adutor Regional, entre outras ações de infraestrutura hídrica que estão em curso nas Bacias PCJ e têm sido apoiadas pelo Consórcio PCJ.
Segundo o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, o momento é de extrema atenção e a participação dos associados é imprescindível para que a entidade possa também se articular em atender as demandas levantadas pelos seus membros. “O envolvimento dos municípios e empresas que participam do Consórcio PCJ é estratégico nesse momento, atentando sobre as suas dificuldades hídricas e, assim, embasando tecnicamente a equipe da entidade para o atendido das demandas que certamente virão com a intensificação da estiagem nos próximos meses”, atentou.