Encontro Técnico capacitou sobre produção de mudas nativas, implantação de matrizeiros e combate a espécies invasoras

Evento foi promovido pelo Consórcio PCJ em comemoração à Semana do Meio Ambiente e contou com a participação de mais de 60 pessoas

O Consórcio PCJ realizou no dia 6 de junho curso de capacitação sobre “Técnicas para Produção de Mudas Nativas e Implantação de Matrizeiros” e “Técnicas de Controle e Combate a Espécies Invasoras”, promovido no Centro de Referência em Gestão e Gerenciamento de Recursos Hídricos, em Americana (SP). A iniciativa marcou as comemorações da Semana do Meio Ambiente, já que o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 05 de junho, em todo mundo.

O evento contou com a presença de mais de 60 pessoas que assistiram às palestras de José Carlos Perdigão, engenheiro agrônomo especialista em Gerenciamento Ambiental pela ESALQ/USP (Escola de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo) e presidente da Jaguatibaia Associação de Proteção Ambiental de Campinas, que abordou sobre a produção de mudas nativas e a implantação de Matrizeiros; em seguida a apresentação foi do pesquisador e PhD pela Universidade de São Paulo, Marcelo Leão, que abordou o estudo de manejo de espécie invasoras, em especial as Leucenas; e por fim houve a apresentação de Leonardo da Silva Júnior, analista de Meio Ambiente da CPFL Renováveis, que abordou sobre o manejo das macrófitas, plantas aquáticas, no reservatório de Salto Grande, em Americana.

O vice-presidente do Programa de Proteção dos Mananciais do Consórcio PCJ e Diretor de Mananciais da Dae Jundiaí, abriu o encontro destacando o trabalho da entidade na área e fazendo um relato da apresentação dos resultados do programa no 10º Fórum Mundial da Água, realizado em maio de 2024, em Bali, na Indonésia. Martim destacou “que os avanços em reflorestamento ciliar e sequestro de carbono, gerados pelo programa do Consórcio PCJ, foram elogiados no evento e citados como exemplos para outras regiões hidrográficas do planeta”.

Perdigão expôs em sua apresentação os processos de produção de mudas nativas e a importância de implantação de mais matrizeiros na nossa região e que os mesmos contenham espécies não híbridas.

Leão destacou os desafios de manejo e erradicação de leucenas, pontuando sobre o fenômeno de alelopatia que a espécie promove, inibindo o crescimento e desenvolvimento da vegetação ao entorno dessa planta e, consequentemente, das árvores nativas. As leucenas se configuram como verdadeiros desertos verdes, prejudicando a biodiversidade do local no qual estão inseridas e não dependem de cuidados mais elaborados para se desenvolverem, o que amplia seu poder de disseminação e configurando um enorme desafio para a substituição dessa árvores pelas de espécie nativas.

Silva Júnior também pontuou sobre os desafios de manejo das macrófitas, plantas aquáticas, no reservatório de Salto Grande, em Americana, onde há uma pequena central hidrelétrica (PCH), administrada pela CPFL. Segundo ele, a PCH-Americana utiliza vários métodos de controle, como a remoção mecânica, o deplecionamento do reservatório, vertimento controlado, controle químico e biológico. Atualmente, a CPFL tem realizados diversos esforços para encontrar alternativas para o manejo das macrófitas.

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, destacou no evento a importância de se criar um grupo técnico para debater o tema do Reservatório de Salto Grande, como também, debate contínuo sobre o manejo de espécies invasoras, como as leucenas, além de destacar sobre o apoio que a entidade presta aos viveiros municipais na produção de mudas nativas para reflorestamentos nas matas ciliares das Bacias PCJ.

Em parceria com o Viveiro de Limeira e Jaguariúna, o Consórcio PCJ realizou doação de mudas nativas de Ipê Branco, símbolo da entidade. Todos os participantes também receberão o certificado de participação do curso.

Sobre o Programa de Proteção aos Mananciais

O Programa de Proteção aos Mananciais (PPM) do Consórcio PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) iniciou há 30 anos e desde o seu início, o PPM tem a missão de disponibilizar mudas ciliares, dar orientação técnica, fornecer projetos para o plantio e auxiliar os produtores rurais que aderem ao programa na manutenção das áreas recuperadas por até dois anos.

Também é importante atentar que o PPM mais do que executar plantios de mudas somente, tem por objetivo criar uma cultura conservacionista nas Bacias PCJ que permita proteger nossos mananciais.

Até o momento, o PPM contribuiu com a recuperação florestal de uma área de mais de 2.700 hectares, com plantio de mais de 4,5 milhões de mudas nativas. Para se ter uma ideia, o número equivale à recuperação florestal de uma área 20 vezes maior que a do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ou a 3.610 campos de futebol.

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