Promover o contato entre pessoas é o caminho para internalizar conhecimentos por meio do turismo. Essa foi a conclusão que os palestrantes do 2º Encontro presencial do curso de Ecoturismo chegaram durante o evento realizado no dia 30, em Campinas (SP), no Centro de Conhecimento das Águas da Sanasa. A iniciativa faz parte do Projeto Gota d’Água do Programa de Educação e Sensibilização Ambiental do Consórcio PCJ.
O Encontro contou com as apresentações de Fernando Vernier, coordenador executivo do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau; de Dominique Missio de Faria, coordenadora setorial de projetos e educação ambiental da prefeitura de Campinas; de Cristiano Krepsky, da Fundação José Pedro de Oliveira, que administra a Mata Santa Genebra, em Campinas; e Ana Lúcia Floriano Vieira, da Sanasa.
Para Vernier, promover ações turísticas não demandam altos investimentos. “O importante é iniciar o processo turístico. Por exemplo, no caso de visitas a um curso d’água, como o Ribeirão Quilombo, que o Consórcio PCJ está empenhado em revitalizá-lo, você pode realizar uma caminhada até suas margens e ensinar sobre a importância do rio, promovendo em seguida o plantio de árvores. A palavra da moda no turismo é experiência. Mais do que visitar um local, os turistas querem viver experiências transformadoras”, relatou o representante Campinas e Região Convention & Visitors Bureau.
Dominique destacou o Plano Municipal de Educação Ambiental de Campinas e a criação de circuitos educadores pela cidade, uma inciativa que busca sensibilizar sobre o meio ambiente e promover o turismo local. “Um espaço educador não existe se não tiver vida dentro dele e quem traz a vida são as pessoas”, atentou a coordenadora que se emocionou durante sua apresentação ao relatar a necessidade de intensificar o relacionamento interpessoal entre as pessoas e o caso da Estação Joaquim Egídio, em fase de ganhar a chancela de Espaço Educador.
Já receberam o título de Espaço Educador o Centro de Conhecimento das Águas e o Bosque dos Jequitibás. Além da Estação de Joaquim Egídio, a Unicamp também está em fase de receber a chancela. “Cada centro propiciará uma experiência, voltada para o aprimoramento da nossa condição humana. Muitas vezes, mas que bens materiais precisamos de bens humanos para o nosso desenvolvimento”, comentou Dominique.
A importância de promover o contato entre pessoas, como forma de sensibilizar sobre a importância da preservação dos recursos naturais, também foi compartilhada pelo representante da Fundação José Pedro de Oliveira. “Na Mata Santa Genebra cada vez mais temos focado nossas ações em mais nas experiências que os visitantes têm em contato com o meio ambiente do local”, atentou Krepsky.
A Mata Santa Genebra é um remanescente de Mata Atlântica de 250 hectares, localizada em Barão Geraldo, distrito de Campinas. Na área são realizadas diversas ações focadas na conservação da biodiversidade e na promoção do contato da comunidade com a Mata. Ações como a Noite de Astronomia, Corrida na Mata, Passeio Ciclístico, Feira na Mata, Construtores de Floresta, e a Oficina Crianças e Natureza, são exemplos de formas de promover a experiência das pessoas com a Mata, sensibilizando sobre a preservação. Além disso, Krepsky abordou a importância do voluntariado. “Pensar no voluntariado é uma maneira de promover o envolvimento da comunidade, engajando-a na preservação e no turismo ecológico”, destacou.
Finalizando as apresentações, Ana Lúcia da Sanasa realizou palestra sobre a importância do Saneamento Ambiental no atendimento dos turistas. Segundo ela, é necessário que os serviços de água estejam preparados para atender a população flutuante gerada pelo turismo. “Quando o turismo fica aquecido demais, sem planejamento, pode causar a degradação do local, o que gera a redução do consumo turístico”, disse.
Ana Lúcia ainda pontuou sobre a segurança hídrica da Sanasa no atendimento da população de Campinas e com folga até mesmo para a recepção de turistas. Atualmente, 99,70% da cidade é atendida com água potável, apresentando 90% de tratamento de esgoto, além de possuir um dos menores índices de perdas do Brasil, com 19,2%, abaixo inclusive do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 20%.
Como exemplo da capacidade do município em receber turistas a representante da Sanasa citou a Copa do Mundo, quando a seleção portuguesa ficou hospedada na cidade, gerando grande fluxo de visitantes a Campinas, sem comprometimento aos serviços públicos.
Esse foi o segundo encontro presencial sobre Ecoturismo promovido pelo Consórcio PCJ, por meio do projeto Gota d’Água do Programa de Educação e Sensibilização Ambiental. A próxima atividade será o terceiro e último encontro on line do curso, que ficará disponível a partir do dia 26 de setembro no site do Consórcio PCJ, em www.agua.org.br, no canal Cursos on line.
Aqueles que participarem apenas dos encontros pela internet receberão o certificado de 20h de curso, enquanto os que participarem também das capacitações presenciais receberão o certificado com 40h. Quem ainda não cursou a primeira aula da capacitação on line, poderá cursá-la em qualquer momento, como também as demais aulas, até a finalização do curso em outubro.