Crise Hídrica poderá provocar distribuição populacional no Brasil

Dessalinização: alternativa para o abastecimento não só do Sudeste, mas para todo o litoral brasileiro
A Equipe da Secretaria Executiva do Consórcio PCJ reunida com parceiros promoveu debate sobre os eventuais impactos positivos provocados pela atual crise hídrica, que vem penalizando a Região Sudeste do País desde 2013.

Quando a entidade apresentou, em outubro de 2014, o projeto de dessanilização de águas do oceano como uma das alternativas para ampliação da oferta hídrica para a Macrometrópole de São Paulo (Bacias Hidrográficas: Alto Tietê; Baixada Santista; Paraíba do Sul; Piracicaba, Capivari e Jundiaí e Sorocaba), aparentou se tratar de proposta absurda e inexequível.

No entanto, o pontapé inicial dado pelo Consórcio PCJ para as discussões, propiciou que o debate ecoasse por várias regiões do Brasil, inclusive no Estado de São Paulo, com a implantação de uma usina dessalinizadora no litoral ao custo de R$ 1,5 bilhão, por meio de uma Parceria Pública Privada (PPP), disse o Governo paulista.

A equipe da Secretaria Executiva do Consórcio PCJ, também, esteve reunida no início de fevereiro com o Cônsul de Israel para Assuntos Econômicos, Sr. Boaz Albaranez, discutindo sobre tecnologias de gestão de recursos hídricos e alternativas para a crise hídrica no sudeste. Durante o encontro, o Sr. Albaranez informou que o houve uma grande redução do custo de dessalinização e que, hoje, cada metro cúbico de água tratada custa US$ 0,50 ou R$ 1,50, pelo câmbio atual, com a tecnologia israelense.

Na visão crítica de alguns é que adutoras percorrendo grandes distâncias com desníveis intransponíveis impactaria de forma onerosa o projeto para o Brasil. Porém, quando o assunto é avaliado sob ótica mais holística e não pontual, as soluções afloram e de forma tão abrangente, que permite equacionar questões sociais, como a distribuição das comunidades no território brasileiro, capaz de conter a migração desenfreada com viés econômico e de ampliação da qualidade de vida.

O município de Fortaleza, capital do Ceará, por exemplo, possui vários reservatórios em seu entorno, com um elogiável manejo do uso múltiplo da água, permitindo o abastecimento industrial, urbano e agrícola. Caso a população urbana, de 3,5 milhões de habitantes, e as indústrias locais passassem a serem abastecidas por água dessalinizada, seria possível o abastecimento de uma significativa região agricultável, com as águas dos reservatórios no interior do Estado, garantindo a ampliação da produção rural, geração de empregos e fixação do homem no campo.

É importante destacar que o custo de implantação e operação de uma usina dessalinizadora em Fortaleza seria menor devido à cidade estar no mesmo nível do mar, sem a necessidade de transposições de grandes altitudes por adutoras, o que poderia ampliar custos de implantação, manutenção e de energia elétrica.

Essa proposta poderia ser igualmente aplicada para a Cidade do Rio de Janeiro e para inúmeras outras, se bem planejadas, sempre com impacto positivo, quer seja disponibilizando água para agricultura, fomento do turismo e garantido o próprio crescimento vegetativo dos grandes centros. Tais estudos de viabilidade poderão evitar grandes obras e com resultados somente a médio e longo prazo.

Torna-se importante lembrar que a água de reuso, provenientes de Estações de Tratamento de Esgotos, tem o custo aproximado de R$ 0,90 por metro cúbico, ou seja, o grande impasse é quanto aos investimentos iniciais, para a construção de uma Estação de Dessalinização ou de Reuso de Água de ETEs, tornando-se viável na relação custo/benefício, quando não existe a necessidade de vencer grandes desníveis. De qualquer forma o custo das adutoras sempre ampliam os custos globais, mas, as mesmas são indispensáveis em qualquer situação.

O Consórcio PCJ quer ampliar o debate sobre essas tecnologias e trazer novidades. Por isso, um evento em parceria com o Consulado de Israel com o objetivo promover a troca de experiências com empresas israelenses mais avançadas em gestão de recursos hídricos está sendo negociado para as prefeituras e empresas associados ao Consórcio. Em breve, teremos mais detalhes.

 

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