Reativação do Grupo Regional de Combate às Perdas Hídricas busca unir municípios, empresas e serviços de abastecimento para ampliar a sustentabilidade hídrica
O Consórcio PCJ promoveu na manhã da última quinta-feira, dia seis de novembro, no auditório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Bárbara d’Oeste (SP), encontro com autoridades, representantes de municípios, serviços de água e empresas do setor de saneamento para reativar o Grupo Regional de Combate às Perdas Hídricas, buscando promover a troca de experiências e discutir estratégias para reduzir o índice de perdas de água nas Bacias PCJ. As fotos do evento podem ser conferidas no canal do Consórcio PCJ no Flickr.
O encontro contou com as apresentações, do Prof.º Dr. Daniel Manzi, que abordou sobre “Como as perdas acontecem: tecnologias e estratégias para controle de perdas reais e aparentes”; em seguida, aconteceu a participação internacional de Cédric Banliard, representante do Escritório Internacional da Água (OIEau), da França, em que ele expôs sobre o trabalho da instituição e a experiência francesa com treinamento e capacitação sobre água e saneamento, com destaque para o Centro de Treinamento do OIEau, localizado em Limoges, referência mundial em capacitação técnica no setor.
Representando o Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, Rafael Piovezan, compareceu para realizar a abertura do evento o vice-presidente da entidade para Assuntos Institucionais e prefeito de Pedreira, Fábio Vinicius Polidoro, que destacou a importância da presença dos gestores para debater sobre uma gestão eficiente dos recursos hídricos. “Um dos grandes temas que aflige as cidades e toda a região é o controle de perdas hídricas, por isso, eventos como esse, buscam trazer mais capacitação e informação aos profissionais de saneamento, com exemplos nacionais e internacionais para fazermos uma gestão eficiente da água”, atentou Polidoro.
O engenheiro e Prof.º Daniel Manzi destacou em sua apresentação o uso de tecnologias para monitorar e controlar as perdas de água, além de reduzir a duração e frequência dos vazamentos. Manzi ainda pontuou que existem muitas tecnologias de aplicação no setor, porém, elas não reduzem a necessidade da boa técnica aplicada pelos profissionais da área, o que também enfatiza a necessidade de capacitação, treinamento e atualização constante.
Sobre o combate às perdas hídricas, Manzi comentou que o setor vive uma nova situação na atualidade. “O contexto de controle de perdas no Brasil está passando por um momento novo e desafiador, desde 2020, com a revisão do marco legal [do saneamento] que definiu perdas como indicador obrigatório de metas nos contratos de concessão, lançando luz sobre o tema, isso traz desafios de ordem técnica e econômica e, também, como enfrentamento de escassez hídrica que tem afetado o país e as Bacias PCJ”, disse.
Já Cédric Banliard trouxe para o debate como a França capacita os técnicos da área de recursos hídricos e saneamento para aprimorar a gestão e os serviços prestados à população. O Centro de Treinamento do Escritório Internacional da Água capacitou 6 mil pessoas, apenas em 2024. O perfil das capacitações é voltado para profissionais de operação, técnicos, gerentes e engenheiros. Eles possuem mais de 80 tipos de cursos específicos para a área de saneamento e combate às perdas hídricas, fora para as demais áreas correlacionadas.
Para o engenheiro e Prof.º Dr. Antônio Eduardo Giansante, que auxiliou na tradução da participação de Banliard, o grande ensinamento que a França traz é o da capacitação constante dos profissionais do setor para enfrentar os desafios impostos pelos impactos das mudanças climáticas aos recursos naturais, como a água. “É possível avançar na gestão e na prestação mais eficiente dos serviços de saneamento. Existem centros para isso e existe capacitação. Acredito que se abre uma oportunidade para replicar esse exemplo aqui no Brasil”, destacou.
Na parte final do evento, o coordenador de projetos do Consórcio PCJ e responsável pelo programa de Saneamento e Resíduos da entidade, Aguinaldo Brito Júnior, atentou que o Grupo de Perdas teve contribuições marcantes para os índices das Bacias PCJ e que, a partir de 2026, um calendário de encontros periódicos pretende discutir tecnologias, soluções criativas e novas iniciativas para reduzir as perdas de água nas redes.
No encerramento do encontro, o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, apontou sobre o papel central dos municípios e empresas, sejam elas do setor de saneamento ou de outras áreas, em se comprometer com a sustentabilidade hídrica, que passa primeiramente pelo não desperdício. “Nós temos de começar a fazer a nossa lição de casa, e ela se inicia pelo combate às perdas nas redes de abastecimento, permitindo que se amplie a disponibilidade hídrica”, finalizou.
