Consórcio PCJ vai buscar nas experiências de alocação de água do semiárido cearense alternativas para a crise hídrica

O Consórcio PCJ realizou nos dias 25 e 26 de junho, encontro com as empresas e municípios associados com o objetivo de apresentar a situação da crise hídrica nas Bacias PCJ e os reflexos ao Sistema Cantareira e para a disponibilidade hídrica, além de trazer a consultora Rosana Garjulli, para apresentar as experiências com a alocação de água no semiárido no Estado do Ceará. De posse dessas informações, a intenção é balizar uma minuta de proposta de uso intercalado das vazões disponíveis nos rios das Bacias PCJ.

O semiárido cearense tem um risco de ocorrência de seca na ordem de 60%, além da aridez do solo. A média anual de chuvas por lá não passa de 800 milímetros. Por conta desse cenário, nenhum rio no Estado inteiro é perene, ou seja, com vazão de água durante o ano todo, que são somente regularizadas graças ao sistema de reservatórios e açudes.

O ciclo hidrológico no Ceará, também, é constituído por duas fases, sendo a chuvosa de janeiro a junho e a de seca de julho a dezembro. “Mas, a seca lá, é seca mesmo, não chove absolutamente nada. Ao final do ciclo de chuvas, temos consciência que a água reservada é a água que teremos para passar pelos próximos meses”, disse Rosana Garjulli.

Segundo ela, com encerramento da fase chuvosa, comissões de usuários se reúnem para discutirem o balanço hídrico (água armazenada nos reservatórios que será regularizada para os rios) e definirem a alocação negociada de água, em outras palavras, a água que poderá ser disponibilizada para aquele ano. Para Rosana, é preciso entender a demanda e tentar aperfeiçoa-la, ou seja, racionalizar o consumo de água que se tem disponível.

Durante o encontro o Professor Doutor da Universidade de Campinas (Unicamp), Antonio Carlos Zuffo, apresentou um panorama sobre a situação hídrica das Bacias PCJ e do Sistema Cantareira. Na sua apresentação, ele informou que a permanecer o regime de chuvas que tem apresentado desde o início de 2014, somado às atuais vazões de afluência (volume de água que entra no sistema), o volume útil e o da reserva técnica será totalmente consumido em 100 dias. Zuffo ainda comentou que não há garantias que as chuvas voltarão a partir do próximo ciclo hidrológico em volume suficiente para acabar com a crise hídrica.

Ao final da reunião, Rosana orientou que é necessária e urgente uma atualização dos usuários e captações de água a jusante dos reservatórios do Sistema Cantareira. “A decisão sobre abrir e fechar as comportas é uma autoridade do Estado, mas racionalizar melhor o uso da água que é enviada para as Bacias PCJ pode ser feito pelos usuários e tem de ser feito já. Por isso, atualizar os dados sobre as captações ao longo dos rios que vem dos reservatórios para melhor gerir a demanda será essencial para superarem essa crise e servirá de suporte para as negociações de renovação da outorga do Cantareira”, comentou ela. 

Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ

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