Evento promovido pela ABES e APESB debateu sobre exemplos de projetos em soluções baseadas na natureza para mitigar impactos do aquecimento global
O Consórcio PCJ participou na última quinta-feira, 17, do 4º webinar da série “Mudanças Climáticas e a Preparação para a COP30” realizado pela ABES, em parceria com a ABESP (Plataforma Brasil-Portugal de Saneamento Ambiental). O evento, transmitido pelo YouTube, contou com a participação de especialistas e teve como tema “O papel das Nature Based Solutions no círculo urbano da água e na resiliência climática das cidades”.
Pedro Álvaro, mediador e vice-presidente da APESB iniciou os debates explicando sobre o que são soluções baseadas na natureza. O evento teve início com a apresentação de Pedro Carvalho, do Departamento de Ciência Ambiental, de Aarhus University, Dinamarca, que trouxe a experiência dos projetos pilotos para o tratamento e reutilização de águas em diversos países do mundo como: Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Alemanha e Noruega, cada um com sua particularidade.
Representando o Consórcio PCJ, a segunda palestra foi realizada pelo gerente de comunicação e sensibilização da entidade, Murilo Sant’Anna, que compartilhou a situação hídrica atual das Bacias PCJ e as ações da entidade para mitigar o impacto das mudanças climáticas, sendo algumas delas: monitoramento de dados como chuvas, vazão de rios e armazenamento de água; ações de reflorestamento e proteção dos mananciais de abastecimento, ações de sensibilização e educação ambiental, redução de perdas hídricas.
Como soluções baseadas na natureza, Sant’Anna apresentou a proposta dos piscinões ecológicos para áreas urbanas e bacias de retenção para as áreas rurais. Ele atentou que ambas são soluções para conter picos de cheias e armazenar volumes excedentes de água para alimentar o lençol freático e, consequentemente, nascentes e rios. No caso dos piscinões ecológicos eles ainda possuem uma terceira característica que é o de ser também uma área de lazer para a comunidade local.
As bacias de retenção ou cacimbas, antes construídas apenas com o intuito de amenizar o pico de cheias em caso de fortes chuvas, que podem danificar as estradas vicinais, tem potencial para auxiliar na percolação de água e consequente recarga do lençol freático. Para se ter ideia do potencial dessa iniciativa, numa região com média de precipitação de 1.000 milímetros/ano, e com 500 km de estradas vicinais, com largura aproximada de 10 metros, portanto, uma área de 5.000.000 de m², é possível armazenar cinco bilhões de litros de água por ano, segundo o Manual Técnico de Manejo e Conservação do Solo, volume 5, elaborado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Nas Bacias PCJ, a média de precipitação é de 1.400 milímetros em épocas normais.
O gerente de sensibilização e comunicação do Consórcio PCJ ainda alertou quanto à importância de se colocar em debate o tema água e saneamento em diversos fóruns internacionais, já que essa área é uma das primeiras a serem impactadas pelas mudanças climáticas.
A terceira e última palestra foi realizada pela Diretora Presidente da APAC, Agência Pernambucana de Água e Clima, Suzana Montenegro que trouxe um panorama de ações do Governo Federal e de Governos Estaduais, inclusive de Pernambuco.
O evento está disponível na íntegra no canal da ABES no YouTube e pode ser acessado clicando aqui
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), mais conhecida por COP30 é um encontro que reúne líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir projetos, ações e políticas de combate aos impactos das mudanças climáticas.
Em sua 30ª edição, o evento acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, capital do Pará. A organização será uma parceria entre o Governo Federal, o Governo do Pará e as Nações Unidas. São esperadas 50 mil pessoas de diferentes partes do planeta.
Os principais temas que serão debatidos são: 1. Redução de emissões de gases de efeito estufa. 2. Adaptação às mudanças climáticas. 3. Financiamento climático para países em desenvolvimento. 4. Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono. 5. Preservação de florestas e biodiversidade. 6. Justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.
O Consórcio PCJ vem se preparando para participar de debates relacionados a temática de água e saneamento e está articulando junto a instituições nacionais e internacionais contribuições sobre o assunto e a possibilidade de organização de eventos virtuais sobre a COP30.
A participação nas COPs é dividida da seguinte maneira: Zona Azul, área oficial da ONU, onde ocorrem os debates entre as delegações dos países e reuniões de alto nível; Zona Verde, área aberta ao público com exposições e eventos promovidos por ONGs, empresas e sociedade civil; Eventos Paralelos: espaço para realização de encontros técnicos e painéis, promovidos por diferentes instituições e grupos de interesse.
A Zona Azul é o espaço mais estratégico da COP, administrado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Somente tem acesso a essa área as delegações cadastradas pelos países e instituições credenciadas para compor o UNFCCC. A responsabilidade para compor a delegação do Brasil nas COPs é do Ministério das Relações Exteriores, que abre inscrições de interesse alguns meses antes da data de realização do evento. Para a COP29, realizada no ano passado em Baku, Azerbaijão, o Ministério abriu o credenciamento de interesse entre agosto e setembro de 2024.
Ainda não há sinalização de quando o Governo Federal irá abrir o credenciamento para a COP30. Sediada no Parque da Cidade, a infraestrutura da Blue Zone foi planejada para garantir sustentabilidade, inclusão e integração entre os participantes. Serão aproximadamente 160 mil m² de área funcional dentro de um perímetro de segurança de 240 mil m².
A preparação e organização do evento pode ser acompanhada pelo site oficial da COP30, acessando: https://cop30.br/pt-br.