Na última terça-feira, dia 13, a equipe técnica do Consórcio PCJ participou da Oficina sobre Cenários Futuros, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que compõe o calendário do processo participativo de elaboração do Novo Plano Nacional de Recursos Hídricos. Na ocasião foram apresentadas novidades sobre a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) 2022-2040, e expostos os principais desafios na elaboração de um planejamento estratégico capaz de antecipar potencialidades, gargalos e conflitos que requeiram intervenções, a exemplo da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A abertura oficial do encontro foi realizada pela Sra. Arielle Monteiro, Coordenadora Geral de Revitalização de Bacias Hidrográficas substituta. A pauta teve início com uma breve apresentação sobre o calendário de oficinas, propostas pelo MDR, com o objetivo de contemplar a participação social no processo de elaboração do novo PNRH, realizada pelo Coordenador de Planejamento e Políticas de Recursos Hídricos substituto, Sr. Leonardo Klosovski. Na sequência, o Superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos na Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Sr. Flávio Tröger, discorreu sobre a importância do Relatório de Conjuntura da ANA como base técnica preliminar do Novo Plano, que terá como foco a governabilidade do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, integrando a água nas demais agendas de governo.
O principal debate, no período da manhã, esteve centrado na explanação do Sr. Antonio Eduardo Lanna (AlfaSigma Consultoria), sobre o documento base dos cenários futuros do PNRH 2022-2040. O consultor discorreu sobre o que são cenários e como são usados no planejamento estratégico, apresentou quais são as megatendências e os cenários nacionais e mundiais para o período entre 2035 e 2040, e finalizou com as tendências e incertezas críticas setoriais, obtidas a partir de questionários encaminhados para os atores envolvidos no SINGREH.
Os debates foram mediados pelo Sr. Daniel Thá (Kralingen Consultoria), e contaram com a presença de mais dois convidados: o Sr. Geraldo Sandoval Goes, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, e o Sr. Jorge Curi, do Ministério de Minas e Energia. Durante as discussões, foi ressaltado o papel de pandemias, como a de COVID-19, na mudança de cenários, visto que foi responsável por um aumento no consumo de água que não havia sido previsto. Variáveis como esta ressaltam que o planejamento estratégico é de extrema importância para nos prepararmos quanto às incertezas futuras, mas que ele não é infalível, por isso a relevância de serem considerados diversos tipos de simulações, tendências e públicos na sua elaboração.
No período da tarde, os participantes da oficina foram divididos em grupos, considerando as cinco macrorregiões do país, com o objetivo de responderem às seguintes perguntas: Quais as principais tendências e incertezas de âmbito externo aos recursos hídricos, com foco na sua região? Quais as repercussões das tendências nos recursos hídricos, com foco na sua região? Que ações de gestão dos recursos hídricos devem ser implementadas para aproveitar as mudanças positivas e remediar/adaptar/mitigar as negativas? No grupo da região Sudeste, além da Gerente Técnica do Consórcio PCJ, Andréa Borges, também esteve presente a representante da empresa associada SANASA Campinas, e Coordenadora da Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA) dos Comitês PCJ, Ana Lúcia Floriano R. Vieira.
Ana Lúcia iniciou sua fala chamando atenção para a escassez hídrica que assola as Bacias PCJ, que poderá se agravar caso ações de conservação, educação ambiental e recuperação da qualidade dos mananciais não forem privilegiadas. A Coordenadora da CT-EA também reforçou a necessidade de fortalecer os comitês de bacias para garantir uma boa gestão da água e dos problemas que poderão surgir, devido ao cenário de disponibilidade hídrica afetada pelas mudanças climáticas.
A Gerente Técnica do Consórcio PCJ destacou a importância de o Novo Plano ressaltar as soluções baseadas na natureza, e não apenas as soluções estruturantes, para ampliação da disponibilidade de água. Andréa também sugeriu que fossem realizadas ações visando ampliar o envolvimento de comunidades tradicionais e dos jovens na gestão da água, “para que novas ideias sejam realmente colocadas em prática, e para que possamos mudar paradigmas e transformar a nossa realidade, de forma que seja possível construir um futuro com menos conflitos pela água, tendo em vista os cenários de intensificação dos eventos extremos e o aumento populacional”, concluiu.
A oficina foi encerrada ao final da tarde, com a relatoria das respostas de cada um dos grupos, sendo que o documento final será posteriormente divulgado pela organização. Quem não acompanhou o encontro, poderá participar da consulta sobre os cenários futuros a partir do preenchimento de formulário disponível em: https://cutt.ly/PNRH_Cenarios_Regionais. A gravação da primeira parte do encontro pode ser acessada na página do MDR no Youtube: https://youtu.be/64lpvYAmHZk.