Com a presença de autoridades, lideranças das Bacias PCJ e de convidados como as ONGs, SOS Mata Atlântica e a TNC – The Nature Conservancy, e o Diretor Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o Consórcio PCJ apresentou, durante a 78ª Reunião Plenária da entidade, as 22 Metas para a Sustentabilidade Hídrica Futura Frente aos Desafios Climáticos e, também, o início das atividades de divulgação do 8º Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Brasília (DF), em março de 2018.
Essas metas foram elaboradas para os próximos 30 anos buscando assegurar a Sustentabilidade Hídrica para o abastecimento público, o setor industrial e área rural, frente aos Desafios Climáticos, além disso, buscam transformar a sociedade e prepará-la para a ocorrência de eventos hidrológicos extremos, que tendem a ser cada vez mais recorrentes devido às mudanças climáticas.
Dentre as 22 metas destacam-se a redução das perdas hídricas para patamares abaixo de 20%, a implantação de Saneamento 100%, ou seja, 100% de tratamento e coleta de esgoto, e 100% de abastecimento de água potável. Também se estabeleceu como meta a redução do consumo de água para 110 litros por habitante/dia, esse índice atualmente nas Bacias PCJ está acima de 200 litros. O documento ainda sugere que o tema água seja tratado como assunto de segurança nacional nas políticas voltadas à gestão de recursos hídricos. Confira no final do texto todas as metas elaboradas pelo Consórcio PCJ.
As metas para Sustentabilidade Hídrica foram entregues ao Presidente da ANA, que fez questão de estar presente na reunião do Consórcio PCJ por entender ser fundamental a representatividade da entidade como participação da sociedade civil nas decisões de gestão de recursos hídricos. “O Consórcio PCJ é evidentemente a representação da sociedade civil nos processos de decisão na área de gestão”, comentou Andreu.
Brasília 2018
Sobre o Fórum Mundial da Água, o Presidente da ANA pontou que o evento se configura como uma grande possibilidade de atrair a atenção do mundo e dos formadores de opinião no Brasil para o tema da água. “A realização de um evento internacional desse porte deixará um grande legado para o Brasil na área de gestão de recursos hídricos. Não podemos perder essa oportunidade de participação e contribuição com o processo”, disse ele.
O Diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, também enalteceu o trabalho do Consórcio PCJ, do qual ele conhece desde a sua fundação. “Começamos um jeito novo de olhar a água e ninguém melhor do que o Consórcio PCJ para traduzir o sonho em realidade”, comentou.
Samuel Barreto, Gerente Nacional de Água da TNC, ao lado do Consórcio PCJ realizou fala de apoio para os organizadores do Fórum Mundial da Água e atentou para a mobilização e participação da comunidade no evento.
O Presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, estava agendado para participar do Cerimonial, porém, devido a problemas particulares, cancelou sua participação instantes antes do início do evento.
O Consórcio PCJ programou uma série de atividades de divulgação do Fórum, intituladas “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018”, dentre quais destaca-se a promoção das Bacias PCJ como destino internacional para visitas técnicas e turísticas para as delegações estrangeiras que virão participar do evento.
Parceria Consórcio PCJ e REBOB para divulgação do Fórum Mundial da Água
Durante a Reunião Plenária, o Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, anunciou a parceria entre a entidade e a Rede Brasil de Organismos de Bacias (REBOB) que prevê a realização de eventos nas capitais dos Estados brasileiros, promovendo o Fórum Mundial da Água e compilando sugestões para a elaboração de um documento com os anseios da sociedade civil na área de gestão da água. Esse projeto foi intitulado de “Ensaios para o Fórum 2018”, tem previsão para início das atividades, em 2017.
Homenagens da Campanha Ano 2000 e dos 25 anos do Programa de Proteção aos Mananciais
A 78ª Reunião Plenária do Consórcio PCJ também homenageou representantes das entidades que participaram da “Campanha Ano 2000 – Redenção Ecológica da Bacia do Rio Piracicaba”, que continha 32 reivindicações e 32 sugestões para a gestão da água, que naquela época ainda engatinhava na região. O movimento foi de fundamental importância para a fundação do Consórcio PCJ, já que a reivindicação número 19 atentava para a criação de um organismo intermunicipal para a gestão da água. Em comemoração aos 30 anos desse movimento, o Consórcio PCJ reeditou em 2016 o livro “Campanha Ano 2000” para lembrar essa importante data. Foram homenageados, representando a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Piracicaba, o Sr. Alexandre Marques; pela Escola de Engenharia de Piracicaba – EEP/FUMEP, o Sr. Antônio Carlos Copatto; e o pelo Jornal de Piracicaba, o Editor chefe Sr. André Thieful. O Jornal de Piracicaba foi um importante parceiro na divulgação e impressão do livro “Campanha Ano 2000”.
Aproveitando as comemorações dos 25 anos do Programa de Proteção aos Mananciais, que nesse tempo todo já plantou 4,2 milhões de mudas de árvores em áreas de Matas Ciliares, a entidade entregou certificado “Mérito Ambiental” aos 15 municípios que possuem parcerias com o Consórcio para que seus viveiros forneçam mudas para os projetos de reflorestamento. Até hoje, o Programa já recuperou mais de 2,4 mil hectares de matas ciliares.
Lançamento do Livro “A História Contada por Nós Mesmos”
Por fim, a Reunião Plenária marcou as festividades de lançamento do Livro de Educação Ambiental, chamado “A História Contada por nós Mesmos”, escritos pelos jornalistas Larissa Molina e Vieira Jr. O prólogo da publicação foi assinado pelo jornalista e escritor de vários livros sobre meio ambiente, história e cidadania, José Pedro Martins, que acompanha toda a história do Consórcio PCJ, desde a sua criação, em 1989, até os dias atuais.
O livro traz um panorama da evolução da educação ambiental na região, os resultados obtidos, e principalmente, a percepção e o sentimento daqueles que ajudaram a construir essa história, trabalhando dia a dia, de oficina em oficina, pessoa por pessoa. Ao final do livro, há uma relação de vários projetos de Educação Ambiental que foram aplicados.
Confira abaixo as 22 Metas “Metas para a Sustentabilidade Hídrica Futura frente aos Desafios Climáticos (MSHF)”:
1. Alcançar a Universalização do Saneamento – 100% de coleta e tratamento de esgoto e 100% de tratamento de água;
2. Recuperar e garantir a preservação das matas ciliares, com objetivo de melhorar a qualidade e quantidade da água nos cursos d’água;
3. Buscar o reenquadramento dos mananciais de abastecimento público para rios de classe adequada;
4. Promover a gestão participativa da água, possibilitando a participação efetiva da comunidade nos processos de decisão;
5. Diminuir as perdas hídricas nos serviços de abastecimento para patamares abaixo de 20%, índice indicado internacionalmente;
6. Ampliar o monitoramento, tanto de quantidade e qualidade dos rios;
7. Expandir o monitoramento meteorológico com o objetivo de se preparar para a ocorrência de eventos climáticos extremos;
8. Elaborar e executar Planos Municipais de Recursos Hídricos e Saneamento Básico;
9. Ampliar a reservação de água bruta e tratada;
10. Promover a cultura de abastecimento por várias fontes de água e não apenas uma única exclusivamente;
11. Assegurar divisão justa da água entre os setores: público, industrial e rural;
12. Alçar a água como item de segurança nacional no contexto de políticas públicas;
13. Reduzir a desigualdade social gerada pela falta de acesso à água tratada;
14. Elaborar e executar Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, promovendo a implantação dos 3 erres da sustentabilidade: Reduzir, Reciclar e Reutilizar;
15. Classificar as mudanças climáticas como grave risco à segurança hídrica dentro dos Planos de Atuação dos Comitês de Bacias Hidrográficas;
16. Prever ações de contingenciamento para a ocorrência de eventos hidrológicos extremos nos Planos de Bacias e nos Planos Municipais de Recursos Hídricos;
17. Intensificar campanhas de Educação Ambiental e uso racional, trazendo o consumo de água para o nível recomendado pela Organização das Nações Unidas, que é de 110 litros de água por habitante/dia;
18. Fortalecer e ampliar redes regionais com ampla participação da sociedade civil, objetivando intensificar o debate de novas políticas públicas voltadas à gestão de recursos hídricos;
19. Ampliar o saneamento em áreas rurais;
20. Fomentar centros de pesquisas voltados ao aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias para a gestão da água;
21. Promover o aumento da capacitação dos profissionais da área com maior acesso a cursos técnicos e de graduação, especialização, mestrado e doutorados na gestão de recursos hídricos;
22. Intensificar as Parcerias Públicas Privadas na execução efetiva dos Planos de Bacias.
Confira algumas fotos da reunião: