O Governo do Estado de São Paulo iniciou ontem, dia 15 de maio, a inédita retirada de água do volume morto do Sistema Cantareira, agora chamada de reserva técnica, o que fez saltar o nível de operação do Sistema de 7,8%, verificado na quarta-feira, dia 14, para 26,42%, na manhã dessa sexta-feira, dia 16. A partir de agora, o consumo pleno de água no reservatório caminha para uma contagem regressiva, caso as chuvas não ocorram.
A Sabesp publicou em seu Blog sobre o Cantareira que serão extraídos 182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica. O projeto de instalação de bombas para captação dessas águas conta ainda com uma segunda etapa de equipamentos em fase de instalação na represa Atibainha, em Nazaré Paulista.
A reserva técnica é o volume que está abaixo do nível mínimo da estrutura de captação de água nas represas. O complexo de bombas fará a elevação da água até o nível das estruturas de captação, para que possa ser aproveitada.
O conjunto é composto por 17 bombas flutuantes. A função delas é retirar o volume de água abaixo da comporta de captação das represas e encaminhá-lo aos túneis, seguindo o trajeto normal até a Estação de Tratamento de Água Guaraú, na zona norte de São Paulo.
O Consórcio PCJ desde dezembro está alertando municípios e empresas das Bacias PCJ e do Alto Tietê sobre a possibilidade de estresse hídrico na região e no Sistema Cantareira, devido à baixa ocorrência de chuvas e o consumo elevado de água. Recentemente, a entidade tem indicado uma redução de 50% de consumo na Grande São Paulo e nas Bacias PCJ para se preservar os reservatórios para o próximo ciclo hidrológico que se inicia em outubro e sem garantia de chuvas acima da média.
A preocupação é que com a captação da reserva técnica no início da estiagem ocasione o consumo pleno da mesma, não restando alternativas para garantir o abastecimento em um próximo ciclo de poucas chuvas no verão.
Também não está claro, ainda, se a água retirada da reserva técnica será utilizada para envios adicionais para as Bacias PCJ. A região costuma receber na estiagem até 12 m3/s para assegurar o abastecimento público, industrial e rural. No entanto, atualmente, as bacias estão recebendo do Cantareira, apenas, 3 m3/s.
Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ