Consórcio PCJ enviou ofício a prefeitos da região solicitando apoio e avaliação da proposta
A construção de barragem em Santa Maria da Serra deve aumentar o nível do Rio Piracicaba em 5,5 metros para ampliar a navegação da hidrovia Tietê-Paraná em 45 quilômetros até o distrito de Ártemis, no município de Piracicaba. A Secretaria Executiva do Consórcio PCJ pensando na sustentabilidade hídrica da Aglomeração Urbana de Piracicaba, enviou ofício nessa terça-feira, dia nove de junho, aos 22 prefeitos da região propondo a transformação da barragem de Santa Maria da Serra em um reservatório de uso múltiplo e, assim, utilizar as águas reservadas para o abastecimento público.
A sugestão do Consórcio PCJ ocorre após o levantamento preliminar da entidade, com base em estudos recentes de Universidades, como a Federal de São Carlos (UFSCAR), Universidade de São Paulo (USP), e da própria Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), sobre a viabilidade de uso da água da Represa de Barra Bonita para abastecimento público, mas se deparou com dados de qualidade das águas bastante preocupantes, indicando lançamentos de efluentes altamente poluidores a montante da barragem (rio acima).
Atendendo à solicitação do Consórcio PCJ, o diretor presidente da CETESB, Otávio Okano, enviou ofício informando que Companhia realizou avaliações, levando em consideração quatro pontos de amostragem no reservatório de Barra Bonita, e detectou que o principal problema da qualidade da água da represa está associado com seu estado trófico, ou seja, a influência da eutrofização, fenômeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio) numa massa de água, o que provoca aumento excessivo de algas. Okano observou, também, que “existem tecnologias que permitem tratar e remover essas substâncias, porém, faz-se necessário verificar a relação custo benefício de sua implementação”.
Nesse contexto, a Secretaria Executiva do Consórcio PCJ sugeriu aos prefeitos da Aglomeração Urbana de Piracicaba, em investir no estudo de viabilidade do Reservatório de Santa Maria da Serra para abastecimento público.
No ofício encaminhado aos chefes do executivo municipal, o Consórcio PCJ atenta que, caso construído tal reservatório, é necessário considerar os possíveis impactos socioambientais, e em caso de utilizá-lo para abastecimento público, é imprescindível rigoroso controle da qualidade das águas na calha do Rio Piracicaba e dos ribeirões e córregos afluentes.
No documento, o Consórcio PCJ ainda discorreu sobre a importância e a preocupação pelo início das obras dos Reservatórios de Amparo e Pedreira, que devem atender o coração da Região Metropolitana de Campinas, bem como, do Reservatório do Ribeirão Piraí, em Salto, que atenderia aquela região além da expansão do Aeroporto Internacional de Viracopos.
Todas as possibilidades devem ser averiguadas, associando-se “Sistemas Adutores Diversos” já existentes, como o do “Sistema Cantareira” e a “Transposição do Rio Atibaia para a Bacia do rio Jundiaí”, aos sistemas que ainda serão construídos, como os derivados das futuras barragens de Amparo, Pedreira, Salto e Santa Maria da Serra. As soluções devem ser perseguidas e viabilizadas urgentemente, seja por investimentos públicos ou através de parcerias público privadas (PPP).
No cronograma apresentado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) durante a Reunião Plenária do Consórcio PCJ, em Indaiatuba, no dia 15 de março, as obras em Amparo e Pedreira deveriam ser iniciadas no segundo semestre de 2015.
A importância econômica dessas regiões, Metropolitana de Campinas e as Aglomerações Urbanas de Piracicaba e Jundiaí, escancara a necessidade de garantias hídricas de grande porte para atender ao crescimento urbano e industrial e sustentar o desenvolvimento econômico dessas localidades, que podem repercutir nas Bacias PCJ como um todo, no Estado de São Paulo, além de causar reflexos na economia nacional.
