O Consórcio PCJ e a Petrobras/Replan promoveram o segundo encontro de capacitação sobre as alterações no Código Florestal, no auditório do Centro Universitário Amparense (UNIFIA), no município de Amparo (SP). Os “Diálogos sobre o Novo Código Florestal e Restauração Ecológica” contou com a presença de 60 pessoas entre educadores, técnicos, Defesa Civil, ONG’s, gestores públicos, empresas, pessoa física, lideranças de bairro, universitários e membros de câmaras técnicas dos Comitês PCJ.
A capacitação contou com o apoio da Iandé –Educação e Sustentabilidade, da Prefeitura Municipal de Amparo e do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF – ESALQ-USP).
O encontro contou com as palestras da Dra. Maria José Brito Zakia, do Instituto de Pesquisas Florestais (IPEF), que teve como tema de sua apresentação: “Novo Código Florestal: Obrigações e Oportunidades”; e da Ma. Julia R. Mangueira, doutoranda pela UNICAMP – Biologia Vegetal / LERF, que discorreu sobre as perspectivas e novos desafios da restauração ecológica em escala local e regional.
Maria José contextualizou as mudanças que ocorreram nessa lei florestal, destacando que a maior alteração ficou por conta da recuperação das áreas marginais aos rios, as matas ciliares, que atualmente dependem do tamanho da propriedade, variando de 5 metros para propriedades de menos de 1 módulo fiscal (em média 1 módulo é igual a 10 hectares) à 100 metros para propriedades de mais de 4 módulos. Ela também destacou que a nova lei instituiu uma grande ferramenta que é o Cadastro Ambiental Rural, que irá facilitar o cumprimento da legislação na prática.
Julia evidenciou alternativas mais baratas para projetos de recuperação florestal, como o uso da técnica de semeadura por berços, que consiste no plantio das sementes em covas misturadas ao substrato, acarretando menor custo e com sobrevivência das mudas semelhante ao plantio convencional. “As espécies mais indicadas para esse tipo de plantio ainda estão em estudo e desenvolvimento”, comentou.
Em paralelo a essa modalidade de plantio, a pesquisadora orientou que seja feito a adubação verde, realizada entre as linhas de semeadura, no qual espécies protetoras vão crescendo ao lado das mudas de recuperação e, assim, protegendo-as de outras espécies, como a braquiaria. “Depois que o grupo de recobrimento – as mudas matrizes – cresce é possível entrar no grupo de diversidade, reduzindo custos com mortalidade e de plantio, essa fase ocorre após um ano e meio do início dos plantios”, esclareceu.
O encontro buscou estimular o diálogo, a participação, o envolvimento e a mobilização dos diversos setores da sociedade sobre o tema, sobretudo diante da crise hídrica que as Bacias PCJ vêm enfrentando desde o final do ano de 2013.
Abaixo você confira as fotos de como foi a capacitação: