Águas subterrâneas na parte sul das Bacias PCJ não apresentam vazões suficientes para exploração segundo estudo

Reservatórios municipais continuam sendo melhor alternativa para ampliação da oferta hídrica

O Instituto Geológico (IG) da Secretária de Meio Ambiente de São Paulo apresentou na sede do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Indaiatuba (SP) no dia sete de maio os resultados do estudo “Identificação de Áreas Potenciais de Restrição e Controle de Captação e Uso das Águas Subterrâneas na Porção Sul da UGRHI – 5”, em que se constatam vazões insuficientes para exploração de poços na parte sul das Bacias PCJ, que compreende a região dos municípios de Monte Mor, Capivari, Salto, Indaiatuba. Os resultados ratificam os dados apresentados pelo Consórcio PCJ em seu “Plano Diretor de Captação e Produção de Água para Abastecimento Público nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí”, datado de 1992.

A convite do SAAE Indaiatuba, o coordenador técnico do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, esteve presente à ocasião e acompanhou os resultados do estudo que indicaram 10 áreas potencialmente sujeitas à restrição e controle, sendo três delas localizadas no município de Capivari, relacionadas com o rebaixamento do nível estático, ou seja, no rebaixamento do nível de armazenamento de água, e com a interferência entre poços. Outras cinco áreas localizadas no município de Indaiatuba, relacionadas com a interferência entre poços e com a contaminação das águas subterrâneas e outras duas áreas localizadas no município de Salto, pelos mesmos motivos.

Há uma preocupação dos técnicos do IG no rebaixamento estático de 40 metros de dois poços na região urbana de Capivari, resultante de bombeamento intensivo.

Metodologia do estudo

Para a análise dos dados foi realizado estudo hidrogeológico, baseado em cadastro de poços tubulares profundos, que consistiu na avaliação do uso da água subterrânea, da densidade de poços, da produtividade e da geometria dos aquíferos, na elaboração de mapa potenciométrico e mapa de produtividade similar. O estudo também envolveu levantamento e classificação das fontes potenciais de poluição, mapeamento do uso do solo e da expansão urbana, avaliação da qualidade da água, vulnerabilidade natural dos aquíferos à contaminação, e estabelecimento do perigo potencial de contaminação das águas.

A integração dos resultados permitiu a identificação de potenciais problemas: a) de rebaixamento do nível potenciométrico, b) de interferência de poços e, c) potencial perigo de contaminação da água subterrânea.

O estudo conduzido pelo IG reafirma os dados apresentados pelo Consórcio PCJ em 1992, que mostravam a dificuldade de exploração de água subterrânea nas Bacias PCJ, como alternativa à ampliação da oferta hídrica. A melhor saída para um incremento no aumento da oferta de água continua sendo o incentivo à construção de reservatórios municipais, fomentado pelo Programa de Ampliação da Oferta Hídrica, proposto pelo Consórcio PCJ desde 2011.

“A construção de um reservatório de regularização municipal, além, de oferecer independência hídrica parcial ou total ao município, em relação aos rios principais, obriga a revitalização das nascentes e o consequente retorno da fauna e flora, gerando diversos benefícios a essa iniciativa”, atenta Saad, que também é o coordenador responsável pelo Programa de Ampliação da Oferta Hídrica.

Reservatórios municipais continuam sendo melhor alternativa para ampliação da oferta hídrica

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