A nova empresa associada ao Consórcio PCJ, Águas do Mirante, comemorou no último dia nove de outubro, com a presença de 150 pessoas, um ano de atuação no serviço de esgotamento sanitário no município de Piracicaba (SP) e o recente consorciamento à entidade. O evento “Saneamento – A Soma de Todos é o Caminho para a Universalização” aconteceu no Hotel Beira Rio e contou com as palestras do jornalista Washington Novaes, do professor da FGV-EAESP e ex-presidente da SABESP, Dr. Gesner Oliveira, e do Presidente do Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE), Vlamir Schiavuzzo.
Ainda estiveram presentes, o prefeito de Piracicaba e presidente dos Comitês PCJ, Gabriel Ferrato, o presidente da AEGEA, Hamilton Amadeo, o conselheiro do grupo Equipav, Sérgio Toledo, o presidente da Águas do Mirante, José Benedito da Silva Braga Filho, representando o presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Indaiatuba (SP), esteve presente o secretário executivo da entidade, Francisco Lahóz, ao lado do coordenador de projetos, Guilherme Valarini, e pelo departamento administrativo, Alice Marçal. Ainda prestigiou o evento, o ouvidor da ARES-PCJ, Iuri Domarco Botão.
Ferrato exaltou os resultados de Piracicaba no saneamento básico do país, ocupando o 22º lugar no ranking nacional, com as informações referentes ao ano de 2011, quando ainda se tratava apenas 36% do esgoto coletado. “Se fosse com dados referentes de 2012, segundo estudos do SEMAE, nós estaríamos na 13º colocação, portanto, Piracicaba é um exemplo”, afirmou o prefeito.
O secretário executivo do Consórcio PCJ elogiou o trabalho do SEMAE e da Águas do Mirante e destacou a participação de Ferrato em reuniões sobre a disponibilidade hídrica das bacias PCJ. “Nós do Consórcio temos o maior orgulho que a última empresa a se consorciar foi a Águas do Mirante, foi uma conquista maravilhosa. E tivemos outra conquista que é a presença sempre constante do prefeito de Piracicaba Gabriel Ferrato nos debates sobre a água, o que dá mais peso e importância para as necessidades da nossa bacia”, disse Lahóz.
O presidente da Águas do Mirante, José Benedito da Silva Braga Filho, destacou a busca constante da universalização do saneamento. “Temos pouco água, que é um recurso limitado. E dela depende o crescimento econômico e qualidade de vida da população de toda a região”, comentou.
Palestras destacaram parcerias no saneamento e o papel da imprensa nas questões ambientais
Os três palestrantes do evento destacaram a importância de parcerias para se avançar na universalização do saneamento. Gesner Oliveira informou que as Parcerias Públicas Privadas, as PPP’s, têm aumentado no mundo todo. “As PPP’s parecem ser a forma mais eficaz para os desafios do saneamento básico”, disse. Oliveira ainda atentou que o PIB per capita do Brasil deveria coloca-lo com índices melhores no setor, no entanto com o investimento que está sendo aplicado hoje a universalização do saneamento só deverá acontecer em 2060 no Brasil.
O ex-presidente da Sabesp informou que, atualmente, são jogadas 3,5 mil piscinas olímpicas lotadas de esgoto nos rios do país. Segundo ele, serão necessários investimentos superiores R$9 bilhões em saneamento básico.
Já o presidente do SEMAE, Vlamir Schiavuzzo, enalteceu os avanços promovidos pelo Serviço Municipal na cidade e elogiou a iniciativa de PPP’s. “Se não fosse a PPP, Piracicaba não estaria no estágio de se alcançar 98% de tratamento de esgoto até o final do ano e 100% em julho de 2014”, disse Schiavuzzo.
O jornalista Washington Novaes abordou os diversos temas ambientais que são deixados de lado pela imprensa e são fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Ele destacou cases como os problemas de mobilidade urbana e as horas perdidas de trabalho com o trânsito, os custos com a saúde pública devido à poluição veicular, a produção de resíduos e a destinação correta do lixo, o desperdício das redes de abastecimento e os prejuízos para a disponibilidade hídrica, entre tantos outros exemplos que deixaram a plateia atenta.
Novaes concluiu sua apresentação dizendo que o Brasil é o sonho do mundo. “Possuímos um território continental com plantio e colheita o ano todo, 13% da água doce do planeta está aqui, temos 15% da biodiversidade planetária e a possibilidade de uma matriz energética limpa e renovável. Isso deveria ser o centro do pensamento político de Brasília, mas, infelizmente, a estratégia predominante é econômica”, finalizou ele.
cases