Especialistas apontaram como soluções para a ampliação da oferta hídrica, tanto na bacia do Alto Tietê, onde está inserida a Grande São Paulo, como nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), a necessidade de construção de mais reservatórios e um possível alteamento das represas do Cantareira. As sugestões foram aventadas durante o 2º Talk-Show “Sistema Cantareira: Um Mar de desafios”, realizado pelo Consórcio PCJ e parceiros, nessa última sexta-feira, dia 09, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba (SP).
“As Bacias PCJ precisam ampliar sua capacidade de reservação de água, por isso o anúncio do governador, Geraldo Alckmin, em assumir a responsabilidade de construir os dois reservatórios na região, um no Rio Camanducaia e outro no Rio Jaguari, se mostra tão importante, pois, isso dará mais segurança hídrica para as bacias. Em São Paulo, nós estamos um pouco mais seguros em relação a isso”, atentou o representante da Sabesp e palestrante, Ricardo Guilherme Araújo.
O engenheiro civil e professor doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, levantou a possibilidade de se altear as barragens do Sistema Cantareira, ou seja, elevar o barramento para ampliar a capacidade de armazenamento de água. “É necessário a realização de estudos para verificar essa possibilidade, mas configura-se como uma alternativa”, disse ele.
O Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz pontuou “que essa era uma novidade no debate, que tem de ser comprovada por estudos a capacidade da barragem suportar esse alteamento”.
A consultora técnica da Sanasa-Campinas, Adriana Isemburg, comentou “que discutir somente o Sistema Cantareira como alternativa de ampliação da oferta hídrica é ser limitado, por isso a importância de se criar fóruns de discussões como esse”, atentou ela.
O sociólogo e pesquisador do Núcleo de Estudos de População (NEPO), da Unicamp, professor doutor Roberto do Carmo, trouxe números que atestam que a população conforme amplia seu poder aquisitivo acaba gastando mais água e que a educação ambiental tem de focar além das crianças diferentes faixas etárias e classes sociais.
“O Censo de 2010 mostra uma redução da natalidade e acredita-se que o Brasil logo não apresentará mais crescimento da natalidade, ou seja, um envelhecimento da população. Como conscientizar a população de terceira idade? O foco não poderá mais ser só as crianças”, disse do Carmo.
A necessidade de melhorar a comunicação com a sociedade sobre temas complexos como o Cantareira, igualmente foi colocado como central pelo O engenheiro agrônomo e professor doutor da Esalq, Marcos Vinícius Folegatti, pela complexidade “As pessoas apresentam dificuldades de compreensão do que é gestão de recursos hídricos e o Sistema Cantareira. Todo o esforço de esclarecimento e comunicação ainda é pouco, tem de se seguir ampliando a divulgação”, disse.
O 2º Talk-Show “Sistema Cantareira: Um Mar de Desafios” ainda contou com as presenças das autoridades: representando o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), o promotor de justiça Dr. Ivan Carneiro, o jurista ambiental e professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Dr. Paulo Affonso Leme Machado, e o prefeito de Camanducaia (MG), Célio de Faria Santos, que na ocasião representou o presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Hortolândia (SP), Angelo Perugini.
“O Talk-Show tem como objetivo primeiro esclarecer, elucidar a comunidade sobre a atual situação e as necessidades futuras. Depois, contar com a participação da sociedade nesse debate de forma a contribuir com soluções harmoniosas para a ampliação da oferta de água de qualidade”, falou Santos durante a abertura do evento.
Assessoria de Comunicação – Consórcio PCJ