Volume útil do Sistema Cantareira cai para 34,6% e entra na faixa de alerta em setembro
O Boletim Hidrológico divulgado pelo Consórcio PCJ apresenta os dados de referência do mês de agosto de 2025, período no qual a média geral de precipitação na região foi de 3,2 mm, valor 90,2% inferior à média histórica para o período, de 32,2 mm. O mês contabilizou 30 dias sem precipitação relevante e é o sétimo mês de 2025 com índices pluviométricos abaixo do esperado.
As vazões médias dos rios permaneceram abaixo da média histórica, como ocorreu em todos os meses deste ano, registrando em agosto volume 50,3% abaixo do esperado. O local que apresentou valores mais próximos da média foi o rio Atibaia, na captação de Valinhos, com vazões 6% abaixo da média histórica, porém, esse ponto de monitoramento é regulado com as vazões que vem do Sistema Cantareira. Em Cosmópolis, a vazão média registrada no rio Jaguari foi 71,3% abaixo da série histórica para o mês.
No Sistema Cantareira, complexo de cinco reservatórios, responsável pelo abastecimento das Bacias PCJ e da Região Metropolitana de São Paulo, o acumulado de chuvas em agosto foi de 5,1 mm, 85,1% abaixo da média histórica de 34,2 mm. O volume útil do sistema encerrou o mês em 34,6%, fazendo com que sua condição de operação para setembro passe a ser a “Faixa 3 – Alerta”. Esse percentual é o segundo menor registrado para o mês nos últimos cinco anos, superando apenas agosto de 2022, quando o volume estava em 33,1%.
As previsões climáticas indicam que as chances de ocorrência do fenômeno La Niña já superaram o estado de neutralidade, ultrapassando 50% de probabilidade de ocorrência até o trimestre novembro-dezembro-janeiro. A tendência de La Niña durante o período úmido tende a reduzir a incidência de chuvas, o que pode impactar a disponibilidade hídrica para o ano seguinte.
O Consórcio PCJ reitera a importância do monitoramento dos padrões climáticos e da disponibilidade de água, bem como da atenção à possibilidade de ocorrência de eventos climáticos extremos e seus impactos à segurança hídrica. Nesse sentido, os municípios devem continuar implementando medidas para aumentar o armazenamento de água bruta e promover iniciativas de conscientização da população quanto à importância de práticas que favoreçam o uso sustentável da água, visando reduzir o desperdício.
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