Esta foi a primeira vez que a entidade organizou um painel na programação oficial do evento.
10º Fórum Mundial da Água encerra edição com participação recorde de 64 mil pessoas.
Bali foi a sede dos debates sobre a água do mundo na última semana com a realização do 10º Fórum Mundial da Água, com a participação de 64 mil pessoas, entre os dias 17 e 25 de maio. O Consórcio PCJ teve uma participação histórica ao apresentar suas experiências como palestrante em cinco sessões: “Ampliando o acesso inteligente à materiais educacionais relacionados à água”; “Fortalecendo a Capacitação de Instituições, Profissionais e partes interessadas na Gestão dos recursos hídricos”; Painel de Alto Nível “Melhor integração da segurança ecológica nas abordagens em nível de bacia hidrográfica”; “Transformando crises em oportunidades: como o engajamento da sociedade civil ajuda na solução de problemas sobre a água”; e por fim, o painel síntese das discussões da Sessão T6E2, sobre capacitação de instituições e técnicos da água.
Representando a entidade, estiveram presentes em Bali: o vice-presidente do Programa de Proteção aos Mananciais e diretor de Mananciais da Dae Jundiaí, Martim Ribeiro; o vice-presidente do Programa de Ampliação das Disponibilidades Hídricas e prefeito de Piracicaba (SP), Luciano Almeida, que na ocasião também representou os Comitês PCJ, instituição da qual também é presidente; a gerente técnica do Consórcio PCJ, Andréa Borges, e o gerente de sensibilização e comunicação, Murilo Sant’Anna, que também é o responsável pelo relacionamento internacional da entidade.
Agenda cheia promoveu diversas ações e projetos do Consórcio PCJ
Pela primeira vez em toda a história de realização do Fórum Mundial da Água, o Consórcio PCJ foi coorganizador de uma sessão oficial, a de número T6E2, ao lado da Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB), que tratou sobre a capacitação de instituições e técnicos sobre gestão de recursos hídricos. Nessa sessão, ainda, a entidade foi a palestrante chave, com a apresentação de Andréa Borges, sobre os projetos, cursos e resultados da Escola da Água e Saneamento. Na ocasião, a iniciativa foi muito elogiada pelo número de pessoas atendidas e pela proposta de capacitar tanto profissionais ligados à área de gestão de recursos hídricos e técnicos da área de saneamento. No painel, ainda foi destacado a importância de se fortalecer lideranças da água em todo o mundo.
Resultados dos reflorestamentos de matas ciliares nas Bacias PCJ foi destaque
No Painel de Alto Nível “Melhor integração da segurança ecológica nas abordagens em nível de bacia hidrográfica”, Martim Ribeiro apresentou os resultados do Programa de Proteção aos Mananciais do Consórcio PCJ e as ações de recuperação de matas ciliares nas Bacias PCJ. Ribeiro apresentou que o programa já plantou 4,5 milhões de mudas, o que representa a recuperação de 2,7 mil hectares de áreas e o sequestro de mais de 800 mil toneladas de carbono da atmosfera. Os resultados chamaram a atenção do público presente e da coordenação da mesa de debates, que classificou os dados como de extrema relevância para a gestão da água e uma referência para outros países.
Tecnologias da Casa + Sustentável chamou a atenção do público
Na sessão “Ampliando o acesso inteligente à materiais educacionais relacionados à água”, o Consórcio PCJ expôs o projeto da Casa + Sustentável, com a apresentação sendo feita pela gerente técnica, Andréa Borges. Na ocasião, cada um dos ambientes foi exposto e destacado a capacidade de interação que a Casa possui com o publico visitante. Reformada em 2021, graças a uma parceria com a CPFL Energia e ANEEL, a construção recebe visitas de escolas públicas, privadas, do ensino básico ao universitário, além de público geral, numa imersão sobre o consumo consciente de água e energia elétrica. A apresentação também foi destacada como um modelo de sensibilização pela moderação do painel e da plateia vieram perguntas sobre a possibilidade de replicabilidade do projeto em outras regiões.
Governança da Água no Brasil
O gerente de sensibilização e comunicação, Murilo Sant’Anna, abordou na sessão “Transformando crises em oportunidades: como o engajamento da sociedade civil ajuda na solução de problemas sobre a água”, sobre o engajamento da sociedade civil na gestão da água no Brasil e sobre as experiências do Observatório da Governança da Água (OGA), entidade da qual o Consórcio PCJ é um dos fundadores. Em sua exposição, Sant’Anna atentou sobre os desafios da governança nas Bacias PCJ e no Brasil, como também, sobre os esforços do OGA em criar um monitoramento da Governança no Brasil, por meio do seu Protocolo de Governança, que está sendo executado em parceria com os organismos de bacias.
Monitoramento via satélite
O prefeito de Piracicaba e vice-presidente do Programa de Ampliação da Oferta Hídrica do Consórcio PCJ, Luciano Almeida, participou de sessão promovida pela delegação francesa, no qual atentou sobre o monitoramento da qualidade da água das Bacias PCJ por meio de satélite, projeto que está sendo executado no âmbito dos Comitês PCJ, por meio da Agência de Bacias PCJ. Almeida também representou a região em apresentações na feira técnica do Fórum, participando de painéis no Pavilhão Brasil/América Latina e Pavilhão França.
No último dia do Fórum, Andréa Borges, participou do painel síntese das discussões da Sessão T6E2, sobre capacitação de instituições e técnicos da água, da qual Consórcio PCJ e a RIOB foram coorganizadores. Andréa destacou todos os pontos fortes abordados durante as discussões e que vão compor no futuro o documento final com os Destaques do 10º Fórum Mundial da Água.
Coalizão de Bali: Comprometimento com a capacitação sobre a água
Também, no último dia do Fórum, o Consórcio PCJ participou do lançamento do documento “Coalizão de Bali”, do qual a entidade é uma das signatárias, que prevê esforços das instituições parceiras na promoção de capacitação de profissionais e técnicos da área de gerenciamento de recursos hídricos e saneamento, além de fomentar a participação de jovens no setor.
Cerimônia de encerramento destacou necessidade de investimentos
A Cerimônia de encerramento do 10º Fórum Mundial da Água foi conduzida pelo presidente do Conselho Mundial da Água, Sr. Loïc Fauchon, e pelo Ministro de Obras Públicas e Habitação da República da Indonésia, Basuki Hadimuljono. Ambos destacaram o sucesso da edição atual do evento. Hadimuljono atentou que todas as agendas propostas pela Indonésia foram atingidas totalmente e pontuou que o número de participantes superou todas as expectativas. Já Fauchon convidou a todos a se tornarem soldados da água no enfrentamento aos impactos que as mudanças climáticas trarão à gestão de recursos hídricos global.
Pela primeira vez na história do Fórum Mundial da Água, a Declaração Ministerial incluiu um compêndio de resultados e ações concretas, abrangendo 113 projetos de água potável e saneamento no valor de US$ 9,4 Bilhões, envolvendo 33 países e 53 organizações internacionais como apoiadores e doadores, bem como de beneficiários de ações e projetos de água potável e saneamento.
A Declaração Ministerial do 10º Fórum Mundial da Água define uma direção clara em meio aos desafios globais. A proposta da Indonésia para o Dia Mundial dos Lagos foi adoptada, assim como o estabelecimento de um Centro de Excelência em Resiliência Hídrica e Climática, e a incorporação da gestão integrada dos recursos hídricos em pequenas ilhas. Várias outras iniciativas complementam a Agenda de Ação das Nações Unidas para a Água.
O Fórum em Bali foi único porque reuniu todas as partes interessadas relacionadas com a agenda, desde o governo, membros do parlamento, organizações internacionais, ONG, até o setor privado e os jovens. O Documento Final, que reunirá todos os debates do 10º Fórum Mundial da Água deve ser divulgado até o final do ano.
Agora é a vez dos sauditas: 11º Fórum Mundial da Água – Riad 2027
A próxima edição do Fórum já tem local: Riad, a capital da Arábia Saudita. Para o 11º Fórum Mundial da Água, os sauditas querem trazer o que há de mais moderno e atual sobre dessalinização da água.
Localizada no coração do Oriente Médio, a Arábia Saudita é o 12º maior país do mundo. Com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 2,246 bilhões e um rendimento per capita de US$ 68.000 dólares, a Arábia Saudita ocupa atualmente o 17º lugar no mundo em termos de poder económico.
No entanto, a Arábia Saudita também enfrenta muitos desafios no setor da água.
“Vivemos numa região muito densa e seca”, disse o vice-ministro da Água do Ministério do Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita, Abdulaziz Al Shaibani, numa sessão especial do 10º Fórum Mundial da Água, intitulada “O 11º Fórum Mundial da Água: Agir agora para um futuro melhor”, realizada no Centro de Convenções Bali Nusa Dua (BNDCC), no último dia do Fórum.
Para superar este problema, explicou Abdulaziz, a Arábia Saudita tem feito uma série de esforços para facilitar o acesso à água, através da Estratégia Nacional da Água, que foi lançada em 2016. Esta estratégia inclui vários esforços e medidas que a Arábia Saudita empreendeu para garantir que as pessoas tenham acesso a água.
Abdulaziz destacou como um dos resultados dessa estratégia a utilização de tecnologia de dessalinização, processo que converte a água do mar em água doce. “Atualmente, a Arábia Saudita é o maior produtor de água dessalinizada proveniente do mar”, enfatizou o vice-ministro da Água.
A Arábia Saudita também está desenvolvendo vários outros programas na área de gestão de recursos hídricos, tais como o aproveitamento de água da chuva e de água de reuso.
