Revitalização do Ribeirão Quilombo avança no tratamento de efluentes e ações de macrodrenagem

Reunião do Grupo Técnico do Consórcio PCJ ainda destacou os desafios nas áreas de reflorestamento ciliar, combate a espécies invasoras e contenção de cheias

O Consórcio PCJ promoveu na última quinta-feira, dia 25, reunião técnica do Grupo de Revitalização do Ribeirão Quilombo, em ambiente virtual com a presença de representantes de três municípios integrantes da sub bacia (Campinas, Hortolândia e Nova Odessa) para avaliar as ações desenvolvidas nos últimos anos e apontar os próximos passos para o projeto.

O encontro contou com as apresentações do engenheiro civil da Coordenadoria de projetos, Infraestrutura e Concessões da Prefeitura de Campinas, Vitor Assunção; da engenheira agrônoma da Secretaria de Meio Ambiente de Hortolândia, Alynne Danielle Nececkaite Sant’Anna; e da secretária de meio ambiente de Nova Odessa, Daina Gutmanis. A abertura do evento foi realizada pelo secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz.

“A resolução CONAMA 357 de 2005 instituiu as classes de qualidade dos cursos d’água e se configurou em importante instrumento de gestão de recursos hídricos, saneamento e meio ambiente.  Era um sonho despoluir o Quilombo, temos poucas experiências de mudanças de classes no Brasil, sendo uma delas no Rio Jundiaí, mas, estamos passo a passo caminhando para mudar esse paradigma. As ações que estão sendo desenvolvidas pelos municípios da sub bacia mostram que é possível trazer vida às águas do Quilombo”, discursou Lahóz.

No monitoramento feito pelo Consórcio PCJ, é possível verificar que evolução no índice de tratamento de efluentes em quase todos os municípios por onde passa o curso d’água. Hortolândia possui 98%, Nova Odessa e Paulínia 96%, Campinas 95% e Americana 61%. Campinas, aliás inaugurou durante a pandemia a novíssima estação de tratamento com tecnologia de EPAR (Estação Produtora de Água de Reuso) ETE Boa Vista, que trata os efluentes de toda a região da sub bacia do Quilombo.

A cidade Sumaré aparece com menor índice, em torno de 27%, mas possui Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público para ampliar o tratamento de esgoto para 100%. Para atender a essa meta, a BRK Ambiental, concessionária dos serviços de abastecimento do município, pretende inaugurar duas estações de tratamento, a Tijuco Preto e Quilombo.

No quesito de macrodrenagem, dos 13 reservatórios para contenção de cheias, quatro foram construídos, sendo o mais recente na cidade de Campinas, no Córrego da Lagoa, afluente do Ribeirão Quilombo. Os outros três foram construídos em Hortolândia. Os reservatórios permitem conter picos de cheias e manter as vazões com volumes maiores por mais tempo no curso d’água.

“O projeto é para amortecer picos de vazão para recorrência de 100 anos”, explica o engenheiro da prefeitura de Campinas, Vitor Assunção.

Já o município de Nova Odessa está no processo de revisão do plano diretor municipal que buscará contemplar ações e metas para o atendimento do plano de macrodrenagem do Ribeirão Quilombo, com o levantamento da situação atual e as propostas que poderiam ser feitos pelos próximos 20 anos, com planejamento curto, médio e longo prazo. “Estamos fazendo reuniões, audiências públicas, e reuniões temáticas por grupos de interesse. Estamos prevendo também a implantação de sete parques lineares”, informou a secretária de meio ambiente, Daina Gutmanis.

Hortolândia também tem investido na recuperação de matas ciliares e implantação de parques lineares. São três que sofrerão intervenções e, também, no combate a espécies invasoras, como as do tipo “leucenas”. Segundo a engenheira agrônoma da Secretaria de Meio Ambiente, o município estabeleceu legislações municipais para a supressão de espécies invasoras e substituição por árvores nativas.

“O projeto piloto teve início em julho de 2022 e irá fazer intervenções na área do viário central, com o plantio de 14.799 mudas”, atentou Alynne.

Em Americana, ações em curso e planejamento de modernização na ETE Carioba viabilizarão a ampliação do volume de tratamento de 350 l/s para 600 l/s, além de manutenção e correção de problemas em estações elevatória de esgoto e substituição do coletor tronco.

O Consórcio PCJ também articulou dentro dos Comitês PCJ e conseguiu que o Projeto de Revitalização do Ribeirão Quilombo fosse inserido como ação de planejamento regional no Plano de Bacias PCJ 2020-2035. “Essa medida permitirá que os municípios que estejam participando da iniciativa possam pleitear recursos da cobrança pelo uso da água para o desenvolvimento de projetos futuros de despoluição e recuperação”, atentou o assessor técnico do Consórcio PCJ, Flávio Forti Stenico.

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