Renovação da outorga do Sistema Cantareira será oficializada no final de maio com aprovação de sugestões do Consórcio PCJ

A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em reunião realizada com o Consórcio PCJ, a SABESP e os Comitês de Bacias PCJ e Alto Tietê, afirmaram que a renovação da outorga do Sistema Cantareira deverá ser publicada dentro do prazo previsto (31/05/2017). As novas minutas de outorga e de operação, contemplando algumas das sugestões do Consórcio PCJ expostas durante as audiências públicas, foram apresentadas pelo Diretor Presidente da ANA, Vicente Andreu, e pelo Superintendente do DAEE, Ricardo Borsari, nesta quarta-feira, dia 17 de maio, em São Paulo/SP.
As principais alterações contempladas nas minutas de outorga e de operação, que foram defendidas amplamente pelo Consórcio PCJ, foram: a inserção de mais um ponto de controle no rio Atibaia, no município de Atibaia/SP; e a inserção de mais condicionantes à SABESP, que deverá prestar apoio para a ampliação de projetos nos moldes dos Programas Produtor de Água da ANA e Nascentes do Governo de São Paulo na bacia contribuinte ao Sistema Cantareira, com o objetivo de reduzir a erosão e o assoreamento e melhorar a captação e infiltração da água de chuva.

O prazo final para a publicação das resoluções de outorga e de operação do Sistema Cantareira foi definido pela ANA e pelo DAEE para o final do mês de maio, após os vários adiamentos feitos em decorrência da crise hídrica de 2014/2015. “De maneira geral, acreditamos que as novas resoluções, apesar de bem mais complexas, garantirão maior segurança na gestão do Sistema Cantareira”, destaca a Gerente Técnica do Consórcio PCJ, Andréa Borges.

O que mudou desde a última outorga (2004)

A outorga de 2004, com validade de 10 anos, garantia uma vazão de apenas 5m3/s para as Bacias PCJ no período de estiagem, o que se mostrou insuficiente nos últimos anos, visto que a região chegou a solicitar até 12m3/s para garantir o abastecimento público, rural e industrial. Para a Bacia do Alto Tietê, a vazão disponível era de até 31m3/s pela transposição de água dos reservatórios do Jaguari/Jacareí, Cachoeira e Atibainha. A outorga também previa a utilização da ferramenta “Banco de Águas”, que se mostrou ineficiente tanto em períodos de seca quanto de cheias.

Após a grave estiagem que atingiu o Sistema Cantareira em 2014 e 2015, que provocou o seu total esvaziamento e a necessidade de utilização de suas reservas estratégicas (volume morto), os órgãos gestores, juntamente com as regiões envolvidas, chegaram a um consenso de que seria necessário um novo modelo de gestão para garantir sua sustentabilidade hídrica. Desta forma, a renovação da outorga foi adiada para 2017, para que diversos estudos técnicos pudessem ser realizados.

Neste período, visando contribuir com a tomada de decisão, o Consórcio PCJ firmou convênio com o Laboratório de Apoio Multicritério à Tomada de Decisão Orientada à Sustentabilidade Empresarial e Ambiental (LADSEA), coordenado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Zuffo, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desta parceria, nasceu a proposta de limitar as vazões a serem liberadas do Sistema Cantareira ao seu volume armazenado, criando as diversas faixas de operação.

A partir dessa ideia, surgiu uma nova proposta de operação do Sistema Cantareira, sistematizada nas Figuras 1 e 2 (Fonte: ANA). Com isso, a região das Bacias PCJ passa a ter garantida uma vazão de 10m3/s no período seco, podendo chegar até 12m3/s no período úmido. Já para a região do Alto Tietê, a vazão disponibilizada continua sendo a mesma (até 33m3/s na elevatória Santa Inês – ou seja, somadas as vazões dos reservatórios das Bacias PCJ às do reservatório Paiva Castro).

O banco de águas será substituído por um mecanismo sazonal: o eventual saldo não utilizado em um mês poderá ser utilizado nos meses secos seguintes. Porém, ao final do período seco, o saldo não utilizado pelas Bacias PCJ não será transferido para o ano seguinte, apenas poderá ser utilizado pela SABESP mediante pagamento aos Comitês PCJ (conforme regra a ser definida pelos interessados). O Consórcio PCJ considera que essa medida deve ser bastante discutida e avaliada com muita cautela no âmbito dos Comitês PCJ, antes de serem definidas as regras para essa negociação com a SABESP.

A outorga continuará tendo validade de 10 anos, sendo que a SABESP deverá apresentar neste período diversos planos de trabalho como condicionantes à utilização do Sistema Cantareira, compreendendo: ampliação e modernização da rede de postos de monitoramento de chuva e vazão; monitoramento da qualidade de água; gestão da demanda (controle de perdas, uso racional, reuso, combate ao desperdício); ampliação de projetos de conservação de nascentes e proteção aos mananciais; dentre outros.

Acesse aqui o conteúdo das novas minutas de operação  e de outorga do Sistema Cantareira.

Capturar
Figura 1: Regras de operação e vazão limite para a transposição de água pela SABESP.

 

2
Figura 2: Regras de operação e vazão limite para as Bacias PCJ (a ser inserido o ponto de controle em Atibaia/SP (vazão meta de 2m3/s).

 

Compartilhe essa matéria via:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Newsletter

Assine a Newsletter do Consórcio PCJ e seja o primeiro a saber sobre projetos, ações de conservação e eventos importantes que acontecerão no ano. Além de notícias em primeira mão sobre todo o universo da água.

Outras matérias

11 de novembro de 2025

Categoria é voltada às instituições de Educação Básica localizadas em municípios associados ao Consórcio PCJ Os projetos “Refloresta”, da E.E. Comendador Emílio Romi (Santa Bárbara d’Oeste), Vozes…

11 de novembro de 2025

Evento que teve início nesta segunda-feira, 10, reúne líderes globais para discutir soluções integradas de adaptação, resiliência e segurança hídrica. A Conferência das Nações Unidas…

10 de novembro de 2025

Consórcio PCJ esteve presente na celebração, que aconteceu no dia cinco de novembro para celebrar a história e os investimentos futuros O Consórcio PCJ participou…

Pular para o conteúdo