Consórcio PCJ abre plantão de dúvidas sobre o Sistema Adutor Regional e operação dos Reservatórios de Pedreira e Duas Pontes, em Amparo

A barragem de Pedreira será a 1º a ficar pronta, em dezembro de 2022, e o Consórcio PCJ quer iniciar o debate sobre a operação desse engendrado sistema que vai ampliar a oferta de água para as Bacias PCJ

A engenharia nos permite algumas façanhas, como por exemplo, levar água de uma bacia hidrográfica para outra. Assim é feito com o Sistema Cantareira desde a década de 1980, quando as Bacias PCJ doam vazões adicionais para a Bacia do Alto Tietê, onde fica a Grande São Paulo. Mesmo conceito é o que se debate na atualidade com a construção dos reservatórios de Duas Pontes, no Rio Camanducaia, em Amparo, e Pedreira, no Rio Jaguari, em Pedreira, que pode ter seu potencial hídrico ampliado com a implantação do Sistema Adutor Regional e permitir, assim, que outras bacias hidrográficas também possam usufruir dessa água adicional.

Pensando nisso o Consórcio PCJ enviou o Ofício 044/2021 informando os municípios e empresas associados sobre o potencial de disponibilidade hídrica que a junção das obras dos reservatórios com a do Sistema Adutor ocasionará a toda a região. A intensão da entidade é criar um plantão de dúvidas para que os associados possam se inteirar do estágio das obras e, principalmente, articular a região para sensibilizar o Governo do Estado quanto à necessidade de implantar o Sistema Adutor junto dos reservatórios, com recursos estaduais.

O Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) informou na última reunião plenária do Consórcio PCJ, realizada em 29 de abril, que pretende licitar os projetos básico e executivo do Sistema Adutor Regional (SAR -PCJ) até o final de 2021. Após esses projetos prontos ainda será necessário a busca de recursos para a execução das obras.

As informações foram repassadas pela analista ambiental e geógrafa, Flávia Pileggi, e o coordenador de planejamento e engenheiro Lucas Gonçalves, representando o DAEE e o Consórcio CPC Gerenciamento, além do engenheiro João Carlos de Oliveira da empresa DT Engenharia, todos envolvidos com as obras de viabilização dos reservatórios.

Como será a operação do SAR-PCJ

O Sistema Adutor terá dois ramais de distribuição de água que irão atender diferentes regiões das Bacias PCJ, ampliando o número de municípios que se beneficiarão da oferta de água dos dois reservatórios.

O estudo de viabilidade já foi entregue pelo DAEE, que apontou como a alternativa mais viável e recomendado para o SAR- PCJ é a “Alternativa 3 – Esquema 1”, que trabalhará com Tramo Oeste e Tramo Leste, somando vazões captadas de até 2,5m³/s, total de 7 elevatórias, 115,6 km de adutoras, com um custo total de R$ 624,4 milhões de reais.

Os principais beneficiários diretos do SAR-PCJ serão os municípios de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, na sub-bacia do rio Jundiaí (em seu alto curso), Vinhedo e Campinas, na sub-bacia do rio Atibaia (em seu médio curso), e Paulínia, Hortolândia e Nova Odessa, atendidos por uma captação na sub-bacia do rio Jaguari (em seu baixo curso). Dependendo do esquema e da alternativa, pode haver também alocações de água aos municípios de Sumaré e Valinhos, complementando suas captações na sub-bacia do rio Atibaia.

Além destes municípios atendidos diretamente pelo SAR, a proposta da DAEE enfatiza que o traçado e a operação conjunta dos Reservatórios de Pedreira e Duas Pontes, somada com o Cantareira e o SAR poderão beneficiar direta ou indiretamente através de trocas de vazões e captações a jusante todos os 27 municípios da Área de estudo do SAR-PCJ.

Obras complementarão a disponibilidade hídrica já crítica das Bacias PCJ

É importante atentar que a construção dos reservatórios em Amparo e Pedreira, junto com a do SAR-PCJ, não extingue a necessidade das Bacias PCJ de vazões adicionais durante a estiagem de no mínimo 10m³/s do Sistema Cantareira. As novas obras vêm para complementar a disponibilidade hídrica da região, que é considerada de estresse hídrico, de acordo com parâmetros internacionais, como os estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica bacias com menos de 1.500 m³ por habitante/ano como problemáticas. As Bacias PCJ possuem 961,3 m³ por habitante/ano.

Some-se a isso o fato de a bacia ter a perspectiva de saltar dos atuais 5,5 milhões de habitantes para 8 milhões, em 2035, de acordo com o Plano de Bacias PCJ, o que irá pressionar o abastecimento da região.

Esse panorama também demonstra a importância que os reservatórios de Pedreira e Amparo terão para as Bacias PCJ. Juntas as barragens deverão prover vazões regularizadas de 8,72 m³/s e 8,46 m³/s, respectivamente (com 98% de garantia), aumentando as vazões firmes disponíveis nos rios Camanducaia e Jaguari em cerca de 9 m³/s para jusante.

Plantão de Dúvidas

Por isso, o Consórcio PCJ quer abrir os debates em torno da operação desses sistemas o mais cedo possível para que toda a bacia seja atendida com essas obras que há décadas são ansiadas pela comunidade de recursos hídricos para garantir o abastecimento das gerações atuais e futuras. Dúvidas e esclarecimentos podem ser solicitados pelo e-mail agua@agua.org.br e a equipe técnica do Consórcio PCJ também ficará disponível para reuniões virtuais com os municípios e empresas interessados com atualizações sobre esse tema.

O Consórcio PCJ reitera a importância dessas obras para a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ, com impactos diretos para o desenvolvimento econômico e sustentável da região.

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