Bioenergia e adubação são alternativas aos resíduos de madeira e podas de árvores

Experiências foram apresentadas no Encontro do Grupo das Empresas do Consórcio PCJ

O uso dos resíduos de madeiras e podas de árvores como bioenergia e adubo foram algumas das alternativas apresentadas ao reuso desses materiais durante o Encontro Técnico do Grupo das Empresas do Consórcio PCJ, realizada na empresa consorciada Elektro, no dia 22, em Campinas (SP), com a participação de mais de 70 pessoas da área empresarial e do poder público. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Lei 12305/10 proíbe o envio desses resíduos a aterros sanitários a partir de agosto de 2014 por não serem considerados rejeitos, ou seja, quando se esgotam todas as possibilidades de reciclagem e apresentem como alternativa que não a disposição final ambientalmente adequada.

A Elektro, concessionária de energia elétrica em 228 municípios entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, vem buscando alternativas para a destinação dos resíduos de madeira, como a própria adubação e até fabricação de ecojogos a partir de bobinas de cabos e caixas de transformadores. Maurício de Sousa Moraes, da gerência de Segurança e Meio Ambiente da Elektro, atentou para “a dificuldade de estabelecer soluções padronizadas ou centralizadas devido às distintas características de cada localidade”.

A empresa, desde 2010, comprou um triturador de galhos para facilitar o transporte e destinação do material. “Constatou-se uma redução de 8 a 10 vezes no volume desses resíduos. Como consequência dessa gestão destacamos a melhora de imagem da Elektro junto a população devido a eliminação de resíduos nas calçadas”, comentou Moraes.

Está em estudo pela Elektro ainda o reuso das bobinas de madeiras, em que são enrolados os cabos, chamadas de Bobinas Verdes, onde as peças utilizadas voltariam aos fornecedores para reparos e reutilizadas novamente. A empresa estuda também o beneficiamento dos resíduos de madeiras para a produção de Biomassa, na produção de briquetes compostos por 80% de madeira e 20% de podas de árvores. O valor de mercado dessa bioenergia está em R$ 350,00 a tonelada, segundo a empresa.

O representante da Associação Brasileira de Limpeza Pública, Alexandre Gonçalves, disse que Campinas – associada ao Consórcio PCJ – está estudando uma Parceria Pública Privada (PPP) para a implantação de usina de biomassa na cidade. Gonçalves discorreu sobre a produção de resíduos sólidos no Brasil e no mundo traçando um paralelo sobre as dificuldades de se cumprir a meta de extinção dos lixões e envio adequado de resíduos a aterros sanitários a partir de agosto de 2014.

Rafaela Riust Rossi apresentou as experiências do município consorciado de Jaguariúna (SP) na destinação dos resíduos de madeira. Por meio de compostagem, o material é disponibilizado como adubo a produtores rurais e no plantio de arborização urbana, além de ser excelente para a umidade do solo e no combate a ervas daninhas.

Os participantes do encontro acordaram por criar um grupo de estudos permanente para discussão de alternativas sobre o tema. O diretor jurídico da Elektro, Paulo André Mulato, comentou para a importância de se estar atento aos prazos estabelecidos pela PNRS. “A partir de 2014 estaremos sujeitos à responsabilidade civil, administrativa e criminal da lei. Municípios perderão repasses federais para obras nessa área e empresas poderão sofrer sanções administrativas”, disse ele.

O Grupo das Empresas do Consórcio PCJ possui 27 empresas e se reúnem regularmente para discussão de temas ligados a responsabilidade socioambiental e sobre as mudanças na legislação que afetem diretamente a gestão empresarial no que tange o meio ambiente, em particular, os assuntos ligados à gestão de recursos hídricos. O grupo é coordenado pelos vices-presidentes: Rogério Tadeu Ramos Sarro (Foz do Brasil), Hélio Rubens Figueiredo (Sabesp), Arly de Lara Romeo (Sanasa/Campinas).

Experiências foram apresentadas no Encontro do Grupo das Empresas do Consórcio PCJ

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