30 anos do PPM: resultados positivos em números
Passadas três décadas, o Consórcio PCJ tem todas as razões para sentir orgulho do legado deixado pelo Programa de Proteção aos Mananciais (PPM). Os números desse trabalho falam por si. Até 2021, o PPM contribuiu com a recuperação florestal de uma área de mais de 2.700 hectares, com plantio de mais de 4,5 milhões de mudas nativas. Para se ter uma ideia, o número equivale à recuperação florestal de uma área 20 vezes maior que a do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ou a 3.610 campos de futebol.
O PPM também faz a doação de mudas nativas aos seus associados do Consórcio PCJ e presta apoio a projetos de recuperação de áreas degradadas e de APPs, especialmente que privilegiem matas ciliares às margens de rios e nascentes, além de apoiar os viveiros municipais da região das Bacias PCJ, parceiros do programa, com a doação de insumos, como sementes de espécies nativas e saquinhos para produção de novas mudas.
Somente em 2021, já foram doadas 32.765 mudas nativas, contemplando atendimento aos municípios associados de Bragança Paulista, Cosmópolis, Cordeirópolis, Corumbataí, Indaiatuba, Monte Mor, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Barbara D’Oeste e Usina Ester. Essas mudas doadas permitiram a recuperação ciliar de aproximadamente 19,65 hectares, ou 196,5 mil metros quadrados.
Viveiros parceiros recebem apoio com insumos
O Consórcio PCJ também firmou parceria com a Fundação Florestal de Piracicaba para auxiliar na recuperação ecológica da APA Barreiro Rico, importante remanescente florestal da região, que abriga importantes espécies da fauna e flora, incluindo o maior primata das américas, com a previsão de doação de mais 16 mil mudas nativas até o final deste ano. Também foram doadas mudas de 20 diferentes espécies frutíferas nativas da região, em apoio ao projeto de pesquisa agroflorestal da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.
Ainda esse ano também já foram entregues cerca de 64 mil saquinhos para produção de mudas nativas, contemplando o apoio aos viveiros parceiros de Americana, Cosmópolis, Jaguariúna, Piracicaba, Saltinho, Limeira, Louveira, Monte Mor e Santa Barbara D’Oeste.
Também foram doadas este ano 75.320 sementes de espécies nativas aos viveiros de Americana, Cosmópolis, Piracicaba, Jaguariúna, Saltinho, Louveira, Limeira, Monte Mor, Bragança Paulista e Santa Barbara D’Oeste.
O Consórcio PCJ mantém atualmente parceria com 17 viveiros municipais.
Resultados positivos
Segundo Flávio Forti Stenico, assessor-técnico da Secretaria Executiva do Consórcio PCJ, e um dos coordenadores do PPM, os impactos positivos dessas ações na ampliação da disponibilidade hídrica são maiores do que se pode imaginar. “Os plantios ciliares e a recuperação e preservação de nossas matas e florestas garantem a proteção do solo, reduzindo problemas de erosão, assoreamento e permitindo maior infiltração de água no solo. Essa água infiltrada no solo irá promover a recarga do lençol freático e dos aquíferos subterrâneos, impactando diretamente na ampliação ou manutenção da disponibilidade hídrica futura”, destaca.
Além destes benefícios, as florestas e matas ciliares minimizam os efeitos de enchentes nas cidades; mantêm a quantidade e a qualidade da água nos cursos d’água; filtram possíveis resíduos de produtos químicos como agrotóxicos e fertilizantes que poderiam chegar ao manancial, e auxiliam na proteção da fauna e flora local, contribuindo também com a qualidade da umidade do ar.
Dependendo do tipo de solo, uma área devidamente protegida com cobertura florestal permite a infiltração de 80% a 90% da água precipitada pela chuva, que ao penetrar no solo alimenta as nascentes e cursos que contribuem com a manutenção da vazão dos rios e mananciais, durante os períodos de estiagem.
As matas ciliares, ao protegerem o solo, por meio de suas copas e raízes, também garantem que parcela do solo não seja levada aos cursos d’água durante as fortes chuvas e enxurradas, preservando assim o manancial e reduzindo significativamente os problemas de poluição difusa e assoreamento, que impactam negativamente na qualidade dos corpos hídricos.
As árvores possuem um importante papel para regular o clima e as chuvas em tempos de seca e mudanças climáticas. Isso porque as matas ciliares podem ajudar a aumentar a umidade do ar, gerar nuvens de chuva, reduzir a presença de poluição e poeira no ar e ainda diminuir o calor.